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Ad Matai!

É Óbvio que é Permitido Dizer “Yechi” - PARTE II

ISRAEL — Menachem Ziegelboim

Entrevista do rabino Shalom Dov Ber Volpe, rav em Kiryat Gat e rosh colel
da Yeshivá Zichron Yehosef em Yerushalayim, autor de Yechi HaMelech e
Yechi HaMelech HaMashiach, livros que postulam a necessidade de se divulgar
a identidade de Mashiach como parte de bessurat haGueulá.

* Quando Kfar Chabad Magazine estava para publicar um artigo do rabino Yoel Kahn sobre “Mashiach em cada geração”, o Rebe escreveu à revista dizendo que se publicasse o artigo, seria melhor encerrar a publicação da mesma. Como o senhor explica isso?

Você tem de fazer esta pergunta à Kfar Chabad, pois, após esta diretiva, na edição nº 558, eles publicaram uma entrevista com o rabino Kahn, explicando extensamente que o Rebe é Mashiach. Ele apresentou numerosas provas: 1) Em todas as gerações, os Chassidim sabiam que seu Rebe era o Mashiach daquela geração. 2) Em nossa geração, o Rebe nos informou que esta é a geração da Gueulá; logo, o líder dessa geração, o Rebe, é obviamente Melech HaMashiach. 3) Ouvimos isto como uma profecia. 4) O Rebe aprovou isto quando publicou estas sichot e disse que Mashiach é aquele que anuncia a Gueulá a partir do “Santuário em miniatura na Diáspora”.  5) O Rebe agora aprova isto, estimulando a proclamação de “Yechi Adoneinu”.

Rabino Yoel Kahn registrou tudo isto após a supramencionada diretiva proibindo-o de escrever sobre a identidade de Mashiach. Kfar Chabad publicou a entrevista após aquela diretiva.

De tudo isto, fica evidente que ninguém tem mais nenhuma dúvida, seja de que natureza for: todas as diretivas que, num dado momento, opuseram-se à divulgação da identidade de Mashiach tornaram-se irrelevantes uma vez tendo o Rebe aceito a coroação.

* Rabino Groner recebeu uma resposta do Rebe segundo a qual “aquele que tem de ser Mashiach assim será informado do Alto, e enquanto ele não for informado ele próprio não terá consciência disso”.

Rabino Kahn esclareceu este ponto na mesma entrevista. Disse ele que há dois aspectos de Melech HaMashiach ao ele se dar conta de que é o redentor: 1) O conhecimento de que ele é Mashiach e de que ele redimirá o povo judeu quando chegar a hora. 2) O conhecimento de que ele realmente precisa aparecer e redimir o povo judeu. O comentário do Rebe refere-se ao segundo ponto (que parece ter ocorrido na ocasião em que o Rebe aceitou publicamente a coroação). Você pode ler por si mesmo o que o rabino Kahn diz sobre isto.

* Tudo isto que se mencionou foi dito antes de Guimel Tamuz. De lá para cá, as coisas mudaram?

Ninguém pode dizer, em nome do Rebe, que as coisas mudaram. Pensar que as coisas mudaram seria apenas uma opinião pessoal. Obviamente isto se opõe diametralmente a tudo que o Rebe, explicitamente, disse nas sichot de 5710 — que o que ocorreu em Yud Shevat não altera a crença de que o Rebe é Mashiach:

“Aquilo que ocorreu é somente o que vemos [externamente] e nada mais é senão um teste” (Shabat Parashat Zachor, 5710).

“O Rebe está conosco agora também no sentido físico.” (10 de Adar, 5710)

“O Rebe, meu sogro, virá investido num corpo e nos tirará da Galut.” (Shavuot, 5710)

Visto ter feito o Rebe estas declarações sobre o Rebe Anterior, o conceito também se aplica a ele.

Durante quarenta anos depois de Yud Shevat 5710 ouvimos o Rebe referir-se ao Rebe Anterior como Melech HaMashiach; ele também descreveu-o como “único Mashiach de nossa geração”. Diz-nos a Torá que uma pessoa é obrigada a citar o mestre quando se refere a algo que seu professor disse. Baseado em quê estas pessoas agora proclamam, em nome do Rebe, que aquilo que era verdade até Guimel Tamuz não é mais correto?

É chocante! A proclamação [“Yechi”] a que o Rebe se referiu como “tochen inyan ha’hachtará” (que, basicamente, exprime a idéia de coroação) — que o Rebe escreveu de seu próprio punho, leva a “ergam-se e cantem os que estão no pó”, o Rebe nassí doreinu, a ponto de conduzir a “levanta e canta David Malka Meshicha” — de certa forma tornou-se “proibido” pelo Rebe e pelo beit din! Quando foi que já houve tal psak din?!

A opinião, fundamentada na Torá, do rabino Pinchas Hirschprung, z”l e do rabino Aharon Soloveitchik (possa ele estar bem), com relação à crença dos chassidim de Lubavitch, de que o Rebe é Mashiach, mesmo depois de Guimel Tamuz, é que esta crença é baseada em fontes haláchicas.

* Mesmo assim, em assuntos tais como estes, como podemos agir sem uma ordem direta de “daat Torá?”

Em primeiro lugar, já mencionei que temos diretivas de rabanim anteriores a Guimel Tamuz, e diretivas do Rebe de que “Guimel Tamuz” não muda coisa nenhuma. Pelo contrário, o Rebe disse explicitamente que a coroação que é expressa na proclamação “Yechi” é o que conduz ao “levanta e canta David Malka Mashicha”.

Em segundo lugar, na sichá de 28 de Nissan de 5751, o Rebe não impôs nenhuma exigência de que atividades ou projetos referentes a Mashiach teriam de ser condicionados à aprovação de um beit din ou de rabanim. O Rebe implorou-nos que uma ou duas pessoas que se preocupam com este assunto devessem agir. Vimos como o Rebe encorajou todos os projetos sobre Mashiach empreendidos por pessoas que o Rebe não perguntou a essas pessoas se tinham recebido permissão de rabanim. Isto porque a campanha para trazer Mashiach é verdadeiramente uma mivtsá pessoal para cada um de nós, e não precisamos ouvir instruções específicas de Moshé Rabeinu sobre esta mivtsá. É uma mivtsá de “por que deveríamos perder [dito por aqueles que tinham deixado de trazer o corban Pessach], que é pessoal e individual, e somente depois deste clamor pessoal é que Hashem o tornou parte da Torá [isto é, como a mitsvá de Pessach Sheni].

Ao mesmo tempo, foi fundada a Campanha Internacional para Trazer Mashiach, com aprovação explícita do Rebe, a despeito do fato de — uns poucos anos antes — o Rebe ter se oposto fortemente à fundação de semelhante organização.

E, mais importante: mesmo após Guimel Tamuz, houve uma diretriz expressa do beit din rabanei Anash de Érets Yisrael segundo a qual devemos continuar com nossa crença de que o Rebe é Mashiach e precisamos continuar a proclamar “Yechi” em público. Isto foi decidido numa reunião de todos os membros do beit din e o restante dos rabanei Anash em Érets Yisrael na tarde de 6 de Tamuz de 5754 no shul principal de Kfar Chabad. Depois de muitas horas de discussão, rabino Yaroslavsky me entregou o psak din escrito à mão por ele mesmo e com sua assinatura. Eis o que diz o psak din [tradução livre]: “Numa reunião do Vaad Rabanei Anash com os demais rabanei Anash, hoje, discutimos a impressão de “Yechi”, etc., como tem sido feito até agora no Kfar Chabad Magazine. Decidiu a maioria não mudar nada e continuar, agora como antes, sem mudanças. A revista imprimirá a sichá do Rebe Shlita de Beit Nissan 5748, que explica isto. Com honra e bênçãos, Yitzchok Yehuda Yaroslavsky”.

Em 17 de Tamuz de 5754, outro psak din foi assinado, dizendo que, com base nas sichot do Rebe (que foram citadas na íntegra no psak), “obviamente a prece, o clamor e a proclamação de “Yechi”, etc., é pertinente e necessária em extensão ainda maior... e para muitos judeus ela até mesmo exprime o ponto de hitcashrut ao Rebe MH”M. [Portanto] pelo presente afirmamos num claro psak din que nos mosdot Anash, escolas, Talmud Torás, yeshivot, etc.(...) e shuls Chabad (...) e entre Anash em geral — [é adequado] que continuemos a nos comportar sem nenhuma mudança”. Os seguintes rabinos assinaram este psak: Ashkenazi, Hecht, Yurkowitz, Hendel, Axelrod, Hertzel e Volosov.

Quem pode se opor a uma declaração proclamada com tanta clareza? Quem terá a coragem de lutar contra milhares de chassidim, talmidei Tomchei Temimim, N’shei U’Bnos Chabad, os alunos dos chadarim e das escolas, e contra milhares de crianças nos jardins de infância que gritam “Yechi” com perfeita fé?

Será que as desagradáveis palavras, nas últimas semanas, contra milhares de chassidim, acrescentam união entre Anash? É desta maneira que chegamos ao amor fraterno, semana após semana, insultando aqueles que obstinadamente insistem em acreditar naquilo que o Rebe disse? Será que alguém já levou em conta a terrível frustração que causam a milhares de jovens ao tentarem erradicar sua fé, o que lhes dá entusiasmo em seus estudos da Torá e avodat Hashem?

* Eles afirmam que os chassidim trabalham na divulgação da identidade de Mashiach sem consultarem o beit din. Dizem que quando não há disciplina, é um caminho rápido para ações terríveis, como as que não faz muito tempo testemunhamos [isto é, o ataque contra o rabino Bistrizky].

Não existe ninguém que obedeça tão estritamente aos rabanim  como os milhares de Anash que acreditam, com pura fé, no que o Rebe falou. Beis Mashiach Magazine tem um vaad ruchaní que regularmente consulta os rabanim do Beit Din de Crown Heights. O Beit Din de Crown Heights imprime anúncios públicos nesta revista, o que indica que não estão em desacordo com a divulgação de “Yechi”, que a revista promove.

Poderia acrescentar que Beis Mashiach foi a única publicação Chabad que divulgou o protesto do beit din de Érets Yisrael contra o ataque contra o rabino Bistrizky. Outros abstiveram-se de divulgar sua dissensão devido aos bizarros cálculos opostos à solicitação dos rabanim!

O beit din rabanei Chabad em Érets Yisrael também manifestou sua fé na revista Beis Mashiach concedendo entrevistas à publicação, tais como as dadas pelos rabinos Dovid Chazin, Yitzchok Yehuda Yaroslavsky, Mordechai Shmuel Ashkenazi, Yosef Hecht, Yonason Gurary, Ben-Tzion Lipsker, etc. O secretário-assistente do beit din rabanei Anash em Érets Yisrael, rabino Menachem Mendel Gluckowsky, não faz muito foi entrevistado por Beis Mashiach. Ele se referiu ao Rebe como Melech HaMashiach, e foi ele quem proclamou “Yechi” perante milhares de chassidim na grande reunião do Tseirei Agudat Chabad em Yud Shevat.

* Existem ainda alguns pontos que precisam ser esclarecidos. As pessoas se queixam quanto ao uso da palavra “shlita” com relação ao Rebe MH”M. Não há instrução quanto a isto do beit din nem do Rebe, e talvez isto cause um chilul Hashem.

É doloroso ter de voltar ao mesmo assunto repetidas vezes, visto que estas afirmações nada mais são do que desculpas. Podemos citar o Rebe, referindo-se ao Rebe Anterior com a expressão “shlita” depois de Yud Shevat de 5710. Eis uns poucos exemplos:

1) Torat Menachem 5710, p. 27, nota de rodapé 24: “O Rebe, meu sogro, shlita, nos conduzirá à verdadeira e completa Gueulá”.

2) Torat Menachem 5711, p. 52: “E o principal é que o Rebe, shlita, nos conduzirá em direção a Mashiach Tsidkeinu”.

3) Torat Menachem 5711, p. 327: “Un der Rebe, shlita, zol undz firen antkegen Mashiach’n.”

* Algumas pessoas decidiram que todos os sinais de Mashiach devem ser deixados de lado porque em 5751 houve uma diretiva do Rebe a este respeito. Que pode nos dizer a este respeito?

Quanto a isto, também, podemos ver a direção que cada pessoa toma. Há aqueles cujo único propósito é revelar a existência de Mashiach no mundo, e eles encontram diretivas para assim fazerem em sichot codesh, Chazal e Chassidut, etc. Depois há aqueles que só têm como objetivo tentar ocultar Mashiach tão bem quanto puderem, e eles também buscam fontes em sichot, Chazal e diretivas do Rebe. É óbvio que as provas deles são inúteis. A prova é o que foi divulgado em Kfar Chabad Magazine, número 571, depois de Lag Baômer 5753. O cabeçalho dizia [tradução livre]: “Multidões de crianças judias em reuniões e paradas de Lag Baômer organizaram-se com base no tema de “Inspiração em assuntos sobre Mashiach e Gueulá’”. Dizia o artigo: “As crianças marcharam enquanto carregavam cartazes (...) ‘hinê hinê Mashiach bá’, e precisamos fazer os preparativos finais para saudá-lo (...) e [fortalecermos nossa] fé e antecipando a rápida vinda de Mashiach, como o Rebe afirmou claramente”.

Um texto descreve a sucat Mashiach (tenda de Mashiach) perto de Miron, perto da qual havia uma grande tela de vídeo e “as pessoas paravam e observavam o Rebe, Shlita e a grande reunião de “Yechi” no 770. Que faziam elas em sucat Mashiach? Distribuíam, graças a Merkaz Tseirei Agudat Chabad, “centenas de milhares de brochuras intituladas ‘Esperando por Mashiach’ [no momento, esgotada] assim como outros materiais”.

Diga-me, por favor: naquela ocasião, onde estavam todos aqueles que agora exigem que devemos “obedecer a diretivas”? Eles provaram, com as suas próprias ações, que a diretiva à qual você se refere somente se aplicava aos dois cartazes que o Rebe rejeitou, e não à Gueulá em geral (assim como eles não pararam de exibir cartazes sobre tsedacá simplesmente porque o Rebe negou um slogan específico). Eles provaram com suas ações que depois de tantos anos durante os quais o conceito de Gueulá foi aceito no mundo, não há razão para vincular Mashiach a cartazes e para distribuir centenas de milhares de brochuras intituladas “Esperando por Mashiach”, e, mesmo, mostrar a centenas de milhares de judeus “a grande reunião de ‘Yechi’ no 770”. Assim, como pode ser que, subitamente, eles se recordaram, decorridos nove anos, de diretivas de 5751?

Já que estamos falando sobre obedecer a ordens, permita-me perguntar por que é que esta regra não se aplica quando há uma diretiva para proclamar “Yechi HaMelech  sobre o Rebe, que leva a “levanta e canta David Malka Meshicha”? Por que esta regra não se aplica a todas as diretivas de 5751-5752 que estão em nossos arquivos, lá bem ocultas? Por que essa regra não se aplica com relação à clara orientação de Parashat Shoftim 5751 segundo a qual devemos divulgar junto a todos os membros desta geração que Hashem designou o profeta da geração cujas diretivas precisamos obedecer, até a profecia principal de “hinê zé Mashiach bá”?

Afinal de contas, estas mesmas pessoas dizem que quando Rebe nos fala para fazermos algo, quer o compreendamos ou não, quer isto faça sentido para nós ou quer fiquemos perplexos, precisamos fazê-lo sem querer parecer espertos com relação a isto!

* Mesmo aqueles que não se opõem a proclamar “Yechi” perguntam porque se tornou “que antes se deixar ser morto do que transgredir”. Eles dizem que “cada shaliach do Rebe sabe exatamente o que o Rebe quer que ele faça (...) e não faz diferença se usa uma expressão ou outra, e se ele proclama um certo slogan ou não.

Como pode um chassid dizer, com relação a uma frase que conduz a “levanta e canta David Malka Meshicha” que não faz diferença qual o slogan que ele proclama? É simplesmente inacreditável que afirmações como esta tenham sido impressas em nome de chassidim, independentemente do fato de se oporem explicitamente aos piskei dinim citados anteriormente.

Nunca compreendi isto. Quem decidiu que o título Melech HaMashiach seria menos aceitável ao público não-Lubavitch que o título Nassí Ha’Dor? De acordo com o ponto de vista deles, dizer a um seguidor de outro Rebe que o Rebe de Lubavitch é o nassí ha’dor é um insulto! De acordo com a opinião deles, seria um chilul Hashem dizer que o Rebe é o nassí ha’dor depois de Guimel Tamuz!

Ademais, com freqüência o Rebe disse que o nassí ha’dor é Mashiach. Como poderia o Rebe ser o nassí ha’dor depois de Guimel Tamuz mas não Mashiach? Toda esta confusão provém do fato de não sermos devotados às sichot do Rebe e do fato de tentarmos achar favor aos olhos do mundo mediante distorções intencionais.

Dezenas de milhares de Anash, incluindo Beis Mashiach, certamente não permitirão que ninguém esqueça esta chama que arde, o fervor por Mashiach. Com a força do primeiro parágrafo do Shulchan Aruch, que diz “não se envergonhem diante daqueles que caçoam”, iremos em frente e queimaremos o restante da Galut com este fogo, e juntos todos nós marcharemos com rabanei Chabad e todo Anash para a iminente revelação de nosso Rei Mashiach, com a proclamação feita de todo coração:

Yechi Adoneinu Moreinu VeRabeinu Mélech HaMashiach Leolam Vaed!

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