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Ad Matai!

É Óbvio que é Permitido Dizer “Yechi” - PARTE I

ISRAEL — Menachem Ziegelboim

Entrevista do rabino Shalom Dov Ber Volpe, rav em Kiryat Gat e rosh colel
da Yeshivá Zichron Yehosef em Yerushalayim, autor de Yechi HaMelech e
Yechi HaMelech HaMashiach, livros que postulam a necessidade de se divulgar
a identidade de Mashiach como parte de bessurat haGueulá.

* Rabino Volpe, o senhor recebeu diretivas estritas do Rebe quanto a não escrever ou divulgar assuntos sobre Mashiach. Será que esta entrevista com Beis Mashiach se opõe àquelas diretivas?

Recebi uma orientação bem estrita do Rebe em 5744 (1984) relacionada à edição de meu livro Yechi HaMelech. O Rebe também falou duramente sobre isto no farbrenguen em Motsaê Shabat Bereshit 5745. A propósito, depois da assustadora sichá naquele farbrenguen, quando apresentei meu pescoço ao ir para kos shel berachá, o Rebe deu-me uma garrafa de mashke para Kiryat Gat de uma forma especialmente graciosa, e me disse: “Ele encontra defeitos em Seus Anjos”.

No entanto, sete anos depois, em 5751, quando o Rebe falou sobre estudar assuntos sobre Mashiach e Gueulá, rabino Yehuda Yaroslavsky me pediu que novamente perguntasse ao Rebe se havia chegado o momento para imprimir o livro. Então eu recebi permissão do Rebe para imprimi-lo, uma vez que ele fosse editado por yedidim mevinim (amigos conhecedores). Uma dessas pessoas foi rabino Menachem Mendel Wechter. Tenho sua carta de aprovação desde então, onde ele fala sobre a resposta do Rebe para mim: “O que se deve compreender disto é que, com relação ao livro em geral, não  há nada com que se preocupar, ao contrário da diretiva de 5744”.

O próprio Rebe me disse para obter aprovações de determinados rabinos. Recebi aprovações de batei din em Érets Yisrael e Nova York. A carta do beit din em Érets Yisrael foi manuscrita por seu secretário, rabino Yehuda Yaroslavsky, e assinada por todos os rabanei Anash.

Assim sendo, achar cinismo na advertência do Rebe de 5744 é simplesmente confundir o público. É o mesmo que dizer que a recusa do Rebe de aceitar a liderança de Chabad em 5710 ainda está em vigor hoje, ch’v.

* Por que tomou isto como um exemplo?

Porque é exatamente a mesma coisa! Mashiach é a mais elevada posição de liderança. Quando se trata de um nassí em geral, a Chassidut explica que é o povo que desperta seu desejo de governar. Furtar-se à autoridade é a tendência natural de um verdadeiro rei, e o mesmo é verdade para o reinado de Mashiach. Vemos que, de início, o Rebe opôs-se vigorosamente a aceitar a liderança de Chabad, como se nota em Yemei Bereshit, e depois o Rebe aceitou a posição. Assim também com Mashiach. Ainda que o Rebe tenha negado de imediato a idéia, no início, com o tempo ele, o Rebe, aceitou a idéia cada vez mais abertamente. Não podemos nos referir a declarações que foram feitas sobre o assunto dezesseis anos atrás com vistas a provar que hoje a situação é exatamente a mesma que era em 5744!

Torno a dizer: o ímpeto de imprimir Yechi HaMelech veio do beit din rabanei Anash, que de bom grado deu sua aprovação. Quando o Rebe recebeu um exemplar do livro, escreveu uma inacreditável bênção para mim, testemunhando seu total consentimento.

* Mesmo assim, não faz muito, foi dito que já em 5752 o senhor ainda chegou a receber cartas do Rebe contra o fato de ter escrito sobre a identidade de Mashiach.

A afirmação é feita fora do contexto. Após as diretivas do Rebe sobre estudar tópicos sobre Gueulá e Mashiach, N’shei Chabad de Érets Yisrael pediu-me que preparasse um livreto para elas sobre Mashiach, que elas queriam distribuir aos milhares, visando incluir todos neste estudo. No material que preparei, havia insinuações claras quanto à identidade de Mashiach. Quando N’shei Chabad apresentou o rascunho ao Rebe, receberam a nota supramencionada. Dei-me conta de que o Rebe não queria que a primeira publicação Chabad oficial sobre inyanei Mashiach, e que se tencionava distribuir às massas como um livro para principiantes sobre o assunto, mencionasse a identidade de Mashiach. Isto porque, primeiro, você tem de ensinar às pessoas sobre o conceito de Gueulá de um modo geral, e só depois você pode identificar Mashiach sem espantar as pessoas.

Naquela exata ocasião, e mesmo antes dela, o Rebe permitia que as pessoas assinassem para cabalat ha’malchut, e o Rebe deu bênçãos aos membros de Anash que lhe escreviam e a ele se dirigiam como Melech HaMashiach, e que lhe falavam sobre seu trabalho nesta área.

Gostaria de ressaltar que, naquela ocasião, esta resposta do Rebe não impediu rabanei Anash em Érets Yisrael e em outros lugares de atividades concernentes à revelação do Rebe MH”M. Tenho cópias dos piskei din dos meses de Nissan e Sivan de 5751, assim como de Adar II de 5752, com os quais os rabanim enviaram os rabinos Dovid Nachshon e Avi Taub a viajarem até os túmulos dos Rebeim na Rússia e na Ucrânia. O propósito desta viagem foi ler o psak din e o Pa’n lá, que dizia, “para causar a revelação do Rebe Shlita, Melech HaMashiach, ante os olhos de todos”. O Rebe foi informado da viagem e deu suas bênçãos e muitas diretivas àqueles dois shluchim.

* Será que o que transpirou em 27 de Adar I de 5752 mudou o entusiasmo de Anash e dos rabanim com relação à idéia de divulgar a identidade de Mashiach?

Pelo contrário. Em Yud Alef Nissan daquele ano, dezenas de rabanei Anash, assim como dezenas de rabanim do mundo todo assinaram o famoso psak din segundo o qual, de acordo com o Rambam, o Rebe é Melech HaMashiach.

Tenho uma cópia do psak din, que tem os nomes de todos os rabanim do beit din em Érets Yisrael a respeito: rabinos Yaroslavsky, Bistritzky, Ashkenazi, Chanzin, Hecht, Gurary, Gluckowsky, Lipsker, meu tio, o rabino Yehosef Gedalya Ralbag, z’l, assim como outros rabanei Chabad, tais como rabino Druckman de Kiryat Mochkin, rabino Axelrod de Chaifa, rabino Hertzel de Natzeret, rabino Ginsberg de Omer, rabino Glitzenstein de Maale Efraim, rabino Gerlitzky de Tel Aviv, etc. Contém também as assinaturas de todos os rabanei beit ha’din de Nova York e rabino Yisroel Yitzchok Pickarsky, z’l e rabino Pinchas Hirschprung, z’l.

Como é que alguém pode proclamar, como alguém recentemente fez, depois da ação pública de todos estes rabinos, que isto é “alguma mivtsá bizarra e pessoal”? Não houve nenhuma reunião do beit din anulando o psak din anterior!

* Talvez os rabanim entenderam este psak din como algo “interno” e não para publicação, e assinaram-no mesmo não pensando que o Rebe não queria que fosse divulgado.

Impossível! Poucos meses depois, editei meu livro intitulado Yechi HaMelech MaMashiach, que explica o psak din de Yud Alef Nissan sobre “bechezkat shehú Mashiach”. Recebi o consentimento de todos os rabanei Chabad do mundo todo para imprimir o livro.

Os rabanim do beit din de Crown Heights também deram a sua hascamá. Rabino Gershon Mendel Garelik de Milão escreveu: “Felizes são vocês que mereceram explicar, de acordo com fontes haláchicas, que o Rebe Shlita é Melech HaMashiach”. Rabi Hillel Pevsner, da França, escreveu: “Existe uma obrigação de coroá-lo e mesmo que ‘o fogo desceu numa flama’, temos a mitsvá de elevá-la também”. E concluiu ele: “Agora a geração foi considerada digna, e o próprio Rebe Shlita aceita a coroação”.

Tudo que está acima mostra que os rabanim de Chabad em Érets Yisrael e no resto do mundo deram seu consentimento para que divulgássemos e explicássemos o psak din com relação à identidade de Mashiach. Como é que isto, de súbito, se tornou “alguma mivtsá pessoal e bizarra” a ponto de os envolvidos nela serem, assim por dizer, “pessoas que se opõem inteiramente aos desejos do Rebe e são, portanto, totalmente sem validade na medida em que o beit din rabanei Chabad está envolvido?”

Tenho uma pergunta muito simples a formular: Houve um psak din de um beit din que negou a divulgação de que o Rebe é Melech HaMashiach? Por acaso algum beit din chegou à conclusão e decidiu que há alguma coisa errada ao se proclamar “Yechi Adoneinu”? Gostaria que alguém me mostrasse este psak din!

Além disso, Kfar Chabad Magazine, publicou, começando no final de Tishrei 5753 até Guimel Tamuz 5754, “Yechi Adoneinu Moreinu veRabeinu Melech HaMashiach leolam vaed” todas as semanas (durante 77 edições). Se houvessem rabanim (ou o editor da revista) que pensassem que isto distanciaria qualquer pessoa do estudo da Chassidut, ou que isto se opunha aos desejos do Rebe, será que eles teriam deixado “Yechi” na capa da revista?! Não há maior propaganda do que esta! Tudo isto foi feito sabendo-se da dura resposta que recebi lá por volta de 5744, e sobre a sichá de Motsaê Shabat Bereshit 5745, e sobre a diretiva de Adar I de 5752, e ainda assim eles proclamaram “Yechi” publicamente. Então, por que é que de uma hora outra se vem evocar todas estas respostas antigas?

Visando demonstrar mais ainda o absurdo de citar respostas de 5744, etc., permita-me citar a descrição de Kfar Chabad Magazine num número especial (544) sobre as Hacafot de Simchat Torá de 5753 [tradução livre]:

“A enorme multidão manifestou intensa emoção (...), entusiasmou-se espontaneamente (...) como um só homem com um só coração, “Yechi Adoneinu Moreinu veRabeinu Melech HaMashiach Leolam Vaed”, três vezes. Na terceira vez, o Rebe Shlita subitamente começou a encorajar a prece com fortes movimentos de cabeça em todas as direções, e os gritos, que logo se transformaram numa comovedora canção, ampliaram-se até alcançarem os céus. Muitas pessoas choraram e todos sentiram a importância da ocasião, pois nossa salvação está muito, muito próxima, mediante a revelação de Mashiach Tzidkeinu, Melech Yisroel”.

Naquela ocasião, meu amigo, rabino Aharon Dov Halperin, escreveu o seguinte editorial na edição nº 545 [tradução livre]: “A altura da emoção sagrada (...) foi expressa em Simchat Torá (...) numa proclamação, igual à qual nunca se ouvira uma, em pureza de coração (...) e com fé pura, que irrompeu das profundezas de dezenas de milhares de corações, idosos e jovens, assim como pequenos alunos, gritando das profundezas de suas almas, encarando o [Rebe] (...) “Yechi Adoneinu Moreinu, veRabeinu Melech HaMashiach leolam vaed”. Este fogo abrasador, que incorpora todo o anseio de Gueulá (…) com ele se pode incandescer e aquecer toda a escuridão do mundo (…) até a revelação de nosso rei, Mashiach Shlita”.

A partir de então, Kfar Chabad continuou a disseminar a bessurat ha’Gueulá e continuou a descrever os excitantes momentos em que “Yechi” foi cantando no 770 com grande entusiasmo todas as semanas. No número 550, o editor escreveu o seguinte sobre divulgar assuntos sobre Mashiach e Gueulá [tradução livre]:

“Independentemente das diferentes abordagens (…) todos nós, como um só homem, e um só coração, estamos unidos em torno da oração e da proclamação, que é recitada na corte do Rebe Shlita algumas vezes por dia na presença do Rebe: “Yechi Adoneinu Moreinu veRabeinu Melech HaMashiach leolam vaed (…) Nas presentes circunstâncias, nem há necessidade de ressaltar a advertência de ‘não se envergonhem diante daqueles que caçoam’. Quando se está às voltas com a maior de todas as tarefas, com a maior de todas as missões, e visto que extraímos nossa inspiração do canto de “Yechi”, enquanto olhamos o Rebe, que diferença faz que alguém de fora esteja caçoando de nós?…”

Já pensou que, ao escreverem estas palavras, eles por um momento esqueceram as fortes palavras do Rebe sobre a divulgação da identidade de Mashiach? E que acabaram de se lembrar delas agora?...

* O fato de Kfar Chabad ter escrito estas declarações não explica como se pode ignorar que o Rebe fez mesmo afirmações segundo as quais as pessoas deveriam se abster de divulgar a identidade de Mashiach. O Rebe deu até uma razão, explicando que isto distanciava os judeus do estudo da Chassidut.

No número 558 de Kfar Chabad, esta pergunta foi dirigida ao rabino Yoel Kahn, que respondeu como segue [tradução livre]:

“Houve ordens que, para começo de conversa, tinham a intenção de serem mudadas, e foram ditas tão-somente para aquele lugar e para aquela ocasião. A ordem de não dizer que o Rebe Shlita logo será revelado como Melech HaMashiach foi dada desde o princípio com a intenção de mudar (...) Quando vemos com nossos próprios olhos como o Rebe encoraja este canto e o aprova constantemente, obviamente isto significa que agora é permitido dizê-lo (...) Pelo fato de o Rebe encorajar publicamente isto, fica mais do que evidente que precisamos informar o mundo (...) Na medida em que receamos que isto interferirá na disseminação das fontes, o fato de que o Rebe agora encorajar este canto — a despeito do fato de que no passado ele protestou por causa deste medo — prova que nada há por que nos preocuparmos com isto agora (...) Tanto esta revelação afetou o mundo que o mundo inteiro se tornou capaz de aceitá-la”.

Rabino Yaroslavsky também se referiu a isto no número 559, dizendo [tradução livre]: “Obviamente não há argumento quanto a rezar, recitar e cantar “Yechi” (...) Visto que nos foi prometido, profeticamente, em nossos tempos, que Mashiach está para vir, estamos certos, portanto, que isto se refere ao Rebe Shlita (...) Quando se vê o autêntico entusiasmo que as pessoas têm, velhos e jovens, e como o Rabe Shlita encoraja o canto meneando sua sagrada cabeça, toda as suas perguntas e dúvidas caem por terra (...) Como dizem Chazal, “Hashem não traz infortúnios através de tsadikim”. Algo que o Rebe aprova e estimula diariamente não pode levar a qualquer tipo de engano, ch’v”.

* Será que bessurat ha’Gueulá, na verdade, distancia os judeus da Chassidut?

Decididamente não! Quem quer que esteja envolvido com bessurat ha’Gueulá vê, por si mesmo, que nos últimos anos o mundo é um recipiente para receber as notícias sem qualquer dissimulação. No entanto, aquilo que afasta as pessoas é a batalha interior de um punhado de judeus que se opõem à fé simples, como se diz, “Aqueles que devastam e destroem você de você mesmo provirão”. É isto que faz de nós motivo de riso. O que distancia as pessoas da Chassidut é quando um punhado de pessoas encoraja até mesmo rabanim lá de fora a guerrearem o Rebe.

Se o mundo visse dezenas de milhares de Chassidim de Lubavitch agarrando-se com muita firmeza à sua fé mesmo depois de Guimel Tamuz, e não testemunhasse as batalhas internas contra ela, esta fé seria rapidamente abraçada, e o Rebe MH”M já teria sido revelado há muito tempo e teria trazido a Gueulá completa.

Recentemente passei Shabat em Kiryat Shmuel, em Chaifa. Permita-me contar-lhes o que presenciei durante minha visita. Meu mechutan, Rabi Shmuel Frumer, é um daqueles que divulgam a bessurat ha’Gueulá em larga escala. Um enorme cartaz de “Yechi” faz anos que está pendurado em sua casa numa importante rua da cidade. É por causa desta fervorosa fé que ele foi bem-sucedido em aproximar centenas de baalei teshuvá, e os educou para serem chassidim plenamente convictos. A crença em Mashiach somente apressa a aproximação de almas judias para a Chassidut, e não o oposto, ch’v. Centenas de shluchim do mundo todo podem lhe dizer a mesma coisa, incluindo aqueles que trabalham em meio ao contingente religioso, que agora todos se tornaram recipientes para esta fé. Quando eles ouvem palavras que saem do coração, elas penetram no coração.

 Continuação