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We Want Mashiach Now!

Ad Matai!

15. Será que Yechi HaMelech deveria ser dito somente se for algo sincero
e provier do fundo do coração?

A resposta é: decididamente não!

Em primeiro lugar, há uma regra geral na Torá, segundo a qual uma pessoa deve se engajar na Torá e mitsvot mesmo que seja sheló lishmá — sem sinceridade e não proveniente do fundo do coração — porque mitoch sheló lishmá ba lishmá.

Há em Chassidut uma compreensão mais profunda desta frase. Bem no íntimo de uma pessoa, subconscientemente, a intenção da pessoa é lishmá, isto é, sincero. E este é o significado de mitoch sheló lishmá — o íntimo de sheló lishmá é lishmá. Bem no fundo, qualquer pessoa tem uma intenção autêntica em suas avodat Hashem.

Em acréscimo ao que já foi mencionado acima, a abordagem do Rebe, em particular, é atuar mesmo quando isso não provém do íntimo. Esta é uma linha comum que perpassa todas as sichot e cartas do Rebe. É também coerente com relação a todos os mivtsaim.

Quando abordamos outras pessoas com referências a mudarem as suas vidas com cashrut, mezuzá, tefilin ou quaisquer outros mivtsaim, por acaso alguma vez o Rebe estabeleceu a condição de que a única maneira de falar aos outros é se isto for feito com autenticidade, e, caso contrário, não abordá-los — não façam a mivtsá — não fazer a shelichut? Pelo contrário, o Rebe sempre fala sobre a alegação que vem de fontes exteriores a Chabad que somente justificam este envolvimento com eles próprios dizendo que não se empenham em influenciarem os outros enquanto eles próprios não forem perfeitos — Keshot atsmecha veachar kach keshot acherim. Com freqüência o Rebe repete a citação do Rebe Rashab: “Chatof v’echol chatof u‘shiti”, querendo dizer que não há tempo a aguardar — faça com os outros o que você puder fazer independentemente de suas próprias deficiências espirituais. E com o poder dos nossos Rebeim — o (meshaleach) — é certo que a pessoa terá êxito (Likutei Sichot, vol. 9, pág. 300, Likutei Sichot, vol. 14, pág. 294, e muitos outros).

A declaração que precedeu Yechi HaMelech foi Ad Matai. Por acaso alguém — alguma vez — ouviu o Rebe dizer que não se deve dizer Ad Matai a menos que seja com autenticidade, do fundo do coração? Muitas vezes o Rebe instou os chassidim, nos farbrenguens, a gritarem Ad Matai. Nem uma única vez, em todos estes anos, o Rebe estabeleceu a condição de que somente aqueles que o diziam do fundo de seu coração deveriam gritar Ad Matai.

Com referência a Mashiach, a sichá da Parashat Reê (Sêfer HaSichot 5751, pág. 778) discute a questão de divulgar a iminente vinda de Mashiach mesmo quando se tem incertezas sobre quaisquer aspectos deste assunto. Diz o Rebe que isto deve ser divulgado mesmo por aquelas pessoas que, na verdade, não o sintam elas próprias. Não que falte à pessoa o desejo de Mashiach, mas mesmo que lhe falte a crença de que a vinda de Mashiach é iminente! Mesmo essa pessoa, diz o Rebe, deve se manifestar e dizer às outras pessoas que é iminente a vinda de Mashiach. Por quê? Diz o Rebe que as outras pessoas não devem sofrer porque alguém não é como deveria ser. Independentemente de como alguém se sinta pessoalmente, ainda assim esse alguém terá êxito no transmitir a mensagem a outras pessoas. Acrescenta o Rebe que quando alguém fala a outrem e vê como a outra pessoa se fortalece com a crença em Mashiach, em última instância isto acabará fortalecendo a primeira pessoa e fará aparecer a emuná que já está dentro dela.

Com toda a clareza, o Rebe diz que qualquer pessoa deve participar de atividades que tragam Mashiach. Mesmo quando isto implicar dizer às pessoas que é iminente a vinda de Mashiach, todos devem participar, incluindo aqueles que não estão lá muito convictos do que dizem. O mesmo se aplica, certamente, a dizer Yechi HaMelech, o que é apenas entre a pessoa e o Rebe. Mesmo que alguém não diga com toda a sinceridade, deve ser dito, seja como for.

Na verdade, há uma sichá do Rebe referente a Rosh Hashaná (segundo dia de Rosh Hashaná, Sichot Kodesh 5737). Diz o Rebe que, de acordo com os ensinamentos da Chassidut e da Cabalá, o reinado é a idéia da fala. Diz ele que quando se trata de coroar o rei, a coisa principal não é o pensamento mas a fala — verbalizar Yechi HaMelech.

Daí se compreende que em se coroando Melech HaMashiach, a coisa principal é realmente dizer as palavras, ainda que tentemos ressaltá-las dando-lhes o máximo de profundidade que pudermos.

Semelhantemente, quando as pessoas rezam em Rosh Hashaná, elas dão o melhor de si mesmas para fazerem com que o comprometimento com Hashem venha das profundezas de sua alma. Mas D-us nos livre dizer que elas não soarão o shofar enquanto isto não acontecer — que elas não dirão as palavras HaMelech HaCadosh e HaMelech HaMishpat e todas as outras palavras de realeza a menos que realmente as sintam. A halachá é que as palavras têm de ser ditas; o shofar tem de ser ouvido. Por meio das ações e das palavras, hachtarat hamelech [a coroação do rei] se realiza. O sentimento e a profundidade contribuem somente para realçá-lo.

Há também uma outra notável sichá em que o Rebe fala sobre este assunto. Ainda que não seja sobre Yechi HaMelech de Melech HaMashiach, diz respeito a assunto semelhante, coroar Hashem como um melech. Afinal de contas, o propósito definitivo do malchut de Mashiach é que o malchut de Hashem seja revelado, como explicado com detalhes em Derech Mitsvotecha, Mitsvat Minui Melech, pág. 108.

A sichá é de Vav Tishrei (Likutei Sichot, vol. 19, págs. 294-97) que o Rebe disse em Rosh Hashaná 5736. Muitos se lembrarão quando o Rebe disse a sichá. Foi proferida com tanta emoção que as paredes tremiam. O assunto era que deveria estar na mente de uma pessoa ao pedir a Hashem que se tornasse Melech. O Rebe explica o diálogo entre Chana e Eli HaCohen. Ela veio abrir seu coração diante de Hashem em Rosh Hashaná, pedindo um filho. Explica o Rebe que a queixa de Eli a Chana foi ela estar de pé diante de Hashem no Beit HaMicdash em Rosh Hashaná, quando se supõe que a pessoa coroe Hashem como Rei. Não era o momento adequado para pedir pelas necessidades físicas. Portanto, ele a chamou de bêbada. A opinião de Chana era diametralmente oposta. É louvável estar de pé diante do Melech, envolvida na avodá de hachtarat hamelech, e pedir ao Melech por gashmiyut! O Rebe diz que, por fim, Eli concordou com Chana e a abençoou porque ela estava com a razão. É preciso ler atentamente toda esta sichá para ter uma idéia completa do que se trata.

Para concluir, mesmo que uma pessoa diga Yechi HaMelech sem plena sinceridade, mas quer que Mashiach venha para dar fim ao sofrimento da galut, para pôr um fim às doenças, pobreza e aos pecados de todos os tipos, é exatamente isto que se deve pensar quando se pede por hachtarat hamelech!

 

Pergunta 14

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