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Os Shluchim do Nassí LOS ANGELES (EUA) Rabino Naftali Estulin,Shaliach do Rebe MH"M Shlita em Los Angeles, Califórnia A Parashá
Shelach discute em detalhes a história dos espiões, que contém muitas
lições. Nós vemos que, ainda antes da revelação dos ensinamentos da
Chassidut, inúmeros comentaristas passaram muito tempo estudando o significado
profundo do pecado dos espiões. Porém, a partir da revelação da Chassidut,
especialmente com a ascensão do Rebe MH"M à liderança do movimento
Chabad-Lubavitch, somaram-se inovações de importância significativa, tornando
as lições desta história muito mais claras. Não é por
acaso que as lições derivadas dos erros da geração que vagou pelo deserto
sejam destacadas, com uma clareza surpreendente, precisamente na sétima geração.
O Rebe mencionou em inúmeras ocasiões (citando fontes sagradas) que a nossa
geração, a última geração do exílio — a geração dos calcanhares de
Mashiach — é um guilgul [reencarnação] da geração do deserto.
Sendo assim, certamente nós temos de aprender a lição das porções semanais
conectadas com aquela geração mais que qualquer outra que nos precedeu, já
que este é todo o nosso propósito: reparar os erros cometidos pela geração
do deserto. Não só podemos
aprender do pecado dos espiões, mas também do subseqüente castigo Divino.
Quem foi punido por este pecado? O passuk nos conta: “Seus corpos cairão
neste deserto, e aqueles que foram contados dentre vocês, segundo todos os seus
censos, acima de vinte anos...” Rashi explica: “Quem foi contado em qualquer
censo no qual vocês foram contados... todos aqueles que foram contados em todos
esses censos morrerão, i.é., aqueles com idade acima de vinte anos, etc.,
excluindo a tribo de Levi, que não foi contada acima da idade de vinte
anos." Explicando de
modo simples, todo o povo judeu (entre 20 e 60 anos) foi punido pelo pecado dos
espiões, exceto a tribo de Levi. Por que a tribo de Levi foi poupada? Porque
ela não foi contada com as demais tribos de Israel. Assim, fica a
pergunta: Por que a tribo de Levi não foi contada com o restante do povo judeu? Encontramos a
resposta na Parashat BaMidbar, no versículo “Porém, não conte a
tribo de Levi e não inclua a soma deles entre os filhos de Israel”. Rashi
diz: “D’us viu que no futuro seria decretado que todos aqueles contados
acima da idade de vinte anos morreriam no deserto. Ele disse: “Não os inclua,
pois eles são Meus, pois não erraram com o bezerro [de ouro]”. ‘O PECADO DO BEZERRO’ OU ‘O ERRO DO BEZERRO’ Se refletirmos
sobre o comentário de Rashi, surgem várias perguntas intrigantes. 1)
Entende-se do comentário de Rashi que a divisão entre a tribo de Levi e as
demais tribos judias não era apenas uma questão de honrar a tribo de Levi, mas
uma questão de vida ou morte. Qual foi o argumento por trás desta divisão que
determinou ‘quem viverá e quem morrerá?’ — ‘pois eles são Meus’. A tribo de Levi
pertence a D’us e, portanto, ela merece viver. E quanto às demais tribos? Elas não são de
D’us? Elas não são “Minhas”? 2) Por que os
Levitas mereceram que D’us testemunhasse que “eles são Meus”? Rashi
explica: “Porque eles não erraram com o bezerro [de ouro]”. Aparentemente,
seria mais apropriado escrever, “porque eles não pecaram com o bezerro”,
como a famosa expressão “o pecado do bezerro”, e não “o erro do
bezerro”. Em termos mais simples, o pecado do bezerro foi idolatria em sua
forma mais grosseira, e assim o uso da palavra “erro” não é relevante. Porém, quando nós
lemos o Midrash sobre o que levou o povo judeu ao pecado do bezerro, entendemos
muito bem como a grandeza da tribo de Levi é realmente expressa nas palavras
“porque eles não erraram com o bezerro”. Além disso, nós vemos como este
grave erro causou uma distinção entre a tribo de Levi e os seus irmãos, sobre
a qual D’us disse: “Eles [os Leviim] são Meus”, e os salvou da morte no
deserto, enquanto que os demais judeus pereceram. Conta-se que,
quando Moshé subiu aos Céus, ele disse ao povo judeu que “ao término de
quarenta dias eu retornarei dentro das primeiras seis horas”. O povo judeu então
cometeu um erro. Eles pensaram que o dia da subida de Moshé estava incluído
nos quarenta dias. Quando chegou o dia, “o Satan veio e trouxe confusão para
o mundo, mostrando escuridão e caos e dizendo: ‘Moshé certamente está
morto, por isso a confusão reina no mundo’. Ele continuou: ‘Moshé está
morto, pois já se passaram seis horas e ele ainda não chegou’”. Deste primeiro
engano, o povo judeu prosseguiu para mais um erro. Depois de o “Satan ter-lhes
mostrado o caixão de Moshé Rabeinu" (na linguagem do Baal HaTurim sobre o
versículo), eles erraram e disseram: “Quanto a este homem, Moshé, que nos
tirou da terra do Egito, nós não sabemos o que aconteceu a ele”. (É interessante
notar que mesmo depois de eles terem visto o caixão de Moshé Rabeinu, e o
mundo inteiro estar mergulhado em um estado de densa escuridão, os judeus não
aceitaram completamente a conclusão do Satan e não ousaram proferir as
palavras: “Moshé morreu”. Mesmo nestes momentos difíceis o povo judeu
permaneceu “fiéis, filhos de fiéis”, e sabiam muito bem que “Moshé não
morreu”. O máximo que eles conseguiam pronunciar era a frase neutra e
abstrata de: “nós não sabemos o que aconteceu a ele”. A lição para nossa
atual situação é clara.) Neste momento,
aqueles que deixaram o Egito se dividiram em dois grupos: o érev rav e
os filhos de Israel. Rashi escreve: “O érev rav que saiu do Egito se
reuniu em volta de Aharon e fizeram [o bezerro] (“Assim que eles o lançaram
na fogueira, os feiticeiros do érev rav, que fugiram com eles do Egito,
agiram através de magia”), e depois eles fizeram Israel errar”. Inclusive
quando D’us contou a Moshé sobre o pecado do bezerro, Ele fez questão de
dizer: “Vá e desça, pois seu povo se comportou de forma imoral”. Rashi
comenta: “O érev rav que você aceitou por conta própria e os
converteu... eles agiram de forma imoral e fizeram os outros agirem de forma
imoral”. Isso significa
que o érev rav “pecou” e os filhos de Israel só “erraram”. Na realidade,
aqueles que pecaram com o bezerro constituíam uma porcentagem pequena daqueles
que deixaram o Egito. O fato é que dos 600.000 que deixaram o Egito, somente
cerca de três mil que pecaram foram mortos pela espada depois de advertências
e testemunhas oculares. Mesmo depois daqueles que morreram na praga resultante e
no teste das águas, não havia mais que alguns milhares. A prova disso é que,
menos de um ano depois, D’us contou-os para saber quantos restaram. Eles
somavam mais de 600.000 — como na época da saída do Egito. Isto nos diz que
o número total de transgressores com o bezerro não era mais que alguns
milhares, e a grande maioria deles pertencia ao érev rav. Neste caso,
podemos afirmar que foi o érev rav quem pecou com o bezerro. A maioria
esmagadora do povo judeu não pecou, mas tropeçaram numa cadeia de erros que os
levaram à conclusão lógica de que Moshé Rabeinu jamais voltaria, visto que o
quadragésimo dia, segundo os cálculos deles, havia chegado, e Moshé ainda
deveria descer da montanha. Então, quando o
grande mérito dos filhos de Levi foi relatado, não era possível escrever
“porque eles não pecaram com o bezerro”, pois até mesmo a maioria do
restante do povo judeu não pecou com o bezerro; o verdadeiro mérito dos filhos
de Levi foi que eles nem mesmo erraram com o bezerro. UM ERRO GRAVE Assim, baseado
no que já foi mencionado, a pergunta fica ainda mais forte. Se toda a diferença
entre a tribo de Levi e as outras tribos é somada ao fato de que um errou e o
outro não, como é que D’us, num assunto de vida e morte, diferenciou entre a
tribo de Levi (que não errou) e o restante do povo judeu (que errou)? Acontece que o
erro com o bezerro foi mais severo. Tão severo, que D’us separou a tribo de
Levi das demais tribos judias, decretando morte aos filhos de Israel e vida à
tribo de Levi. Por que uma
medida tão drástica? Para nos ensinar que quando Moshé Rabeinu diz aos judeus
“ao término de quarenta dias eu retornarei dentro das primeiras seis
horas”, mesmo quando, conforme todos os seus cálculos, os quarenta dias já
se passaram, e até mesmo quando o Satan vem e traz confusão para o mundo,
mostrando trevas e caos, e ainda lhes mostra uma visão de Moshé Rabeinu
deitado em um caixão, envolto em mortalhas, nós continuamos a acreditar com fé
completa no cumprimento das palavras de Moshé Rabeinu. Não só estamos certos
de que Moshé Rabeinu retornará, mas que o seu retorno será exatamente ao
final dos quarenta dias, dentro das primeiras seis horas. Sobre estes fiéis
teimosos, que, diante do povo judeu, proclamam sem a menor lógica que Moshé
Rabeinu voltará precisamente na hora que ele determinou, D’us diz: “Eles são
Meus!” O ERRO DOS
ESPIÕES Voltando à Parashat
Shelach, nós testemunhamos outra série de erros. Os espiões não eram
maus. Pelo contrário, eles eram a nata da elite, líderes do povo judeu. Eles
apenas cometeram uma série de enganos pelo caminho... Nas sichot
que elucidam a difícil questão sobre como tais indivíduos de estatura elevada
chegaram a um nível tão baixo, o Rebe traz muitas explicações. O denominador
comum entre elas é que os espiões eram de fato homens íntegros; mesmo assim
eles cometeram um erro. De acordo com
uma explicação, Moshé enviou-lhes para “explorar” a terra. Mas eles
erraram e pensaram que seria uma boa idéia aperfeiçoar a natureza da missão,
então resolveram “espionar” a terra. De acordo com outra explicação, Moshé
os conduziu a ponto de entrarem em Érets Yisrael, onde eles cumpririam as mitsvot
materiais. Porém, eles erraram e pensaram que seria uma idéia melhor
permanecer no deserto e se elevar espiritualmente, sem preocupações materiais. Aqui nós vemos
a conexão entre o pecado do bezerro e o pecado dos espiões, pois aqueles que
pecaram com o bezerro foram castigados em seguida pelo pecado dos espiões.
Enquanto que cada uma dessas graves transgressões começou com um simples erro
de julgamento, não obstante, já que este erro se relacionava à fé nas
palavras de Moshé Rabeinu, os resultados foram catastróficos. Apenas a tribo
de Levi acreditou incondicionalmente em Moshé Rabeinu. Por isso, eles nem
pecaram com o bezerro nem com os espiões, como vemos no comentário de Rashi:
“Isto nos diz que a tribo de Levi não estava com eles”. SEM LUGAR
PARA ENGANOS! A lição de
tudo isso para a nossa época permanece. Quando falamos sobre crer nas palavras
do Moshé Rabeinu da nossa geração, o Rebe Shlita MH”M, cada chassid
precisa saber que ele é “Meu”, ele é de D’us, e, portanto, é proibido
cometer erros nestas matérias. Algumas pessoas
argumentam: Que diferença faz agora se o Rebe vive eternamente ou não? Todos
admitem que nós não vemos o Rebe, contudo precisamos continuar com todos os mivtsaim.
Por que precisamos fazer tanto caso quanto a crer que o Rebe chai vekayam
[vive para sempre]? O pecado do
bezerro vem nos ensinar que aquilo que começa como um engano com as palavras de
Moshé prossegue até eles dizerem: “Quanto a este homem, Moshé... nós não
sabemos o que aconteceu a ele". Este erro levou, ch"v, ao
pecado do bezerro... Quando tentamos
nos esquivar do assunto e falamos que, mesmo se tudo for verdade, devemos evitar
usar tais expressões porque elas poderiam irritar certas pessoas. Em geral,
devemos dar a devida importância à necessidade de estas pessoas considerarem
favoravelmente sobre um envolvimento extra no assunto da Redenção. Precisamos
entender que o conceito de “veniflinu” (e nós somos distintos), com
o qual os chassidim viveram com total auto-sacrifício, não cessou! Os chassidim
em todas as épocas jamais se preocuparam com “o que eles dirão?” Eles
cumpriram as instruções de nossos Rebeim incondicionalmente, com um sentimento
de dever, como soldados do exército do rei. Ainda hoje, deve estar claro que nós
somos “Meus”, e no que diz respeito ao cumprimento das instruções do Rebe,
temos de saber que o exército do rei é contado separadamente, e não com os
outros. QUANDO
ESTAMOS CERTOS DA FORÇA DE MOSHÉ, NÃO PRECISAMOS ESCONDER! Para concluir,
trazemos uma porção da sichá do Rebe, do Likutei Sichot,
Vol. 33, pág. 83: “O atributo de
Moshé é o atributo de verdade — ‘E a Verdade, isto é Moshé’.... Então,
a fim ser o shaliach [emissário] de Moshé — o shaliach de uma
pessoa é como ela própria, “literalmente como o meshaleach [aquele
que envia] — é impossível o shaliach ter qualquer inclinação que se
desvie do atributo da verdade. A shelichut de Moshé era somente
“explorar a terra”, e não “espioná-la”. E neste ponto principal, uma shelichut
relevante à entrada na Terra, houve a necessidade de a força do meshaleach
(a força de Moshé) ser revelada. Assim, quando os
shluchim se desviaram da sua shelichut e se comportaram como espiões,
a força do meshaleach dentro deles foi anulada. Além da anulação da shelichut
devido às mudanças — visto que quando um shaliach altera a sua shelichut
(em um ponto essencial) a shelichut é anulada — eles foram
desqualificados como shluchim de Moshé, já que era impossível eles
serem “como ele próprio” — como Moshé —, cujo atributo é o atributo
da verdade. Somente Yehoshua
e Kalev, que não foram convencidos pelo ‘conselho dos espiões’,
permaneceram shluchim de Moshé, e este mesmo fato protegeu-os para que não
se desviassem da intenção e do propósito da shelichut... Como
resultado, eles mereceram entrar na Terra, a ponto de ‘permaneceram vivos
dentre esses homens’ — ‘eles tomaram a porção dos espiões na Terra e
assumiram o lugar deles para permanecerem vivos’.” O Rebe
acrescenta na nota 59: “Pode-se dizer
que esta é a interpretação (mais profunda) do comentário de Rashi da Parashat
Chukat (21:32), ‘E Moshé enviou para espionar Yazer’ — e os espiões
a capturaram. Eles disseram ‘Nós não faremos como os primeiros (espiões), nós
temos certeza do poder da oração de Moshé para guerrear’. Já que eles
estavam seguros ‘do poder da oração de Moshé’, que a força de Moshé
estava revelada dentro deles, eles não se esconderam como espiões, mas lutaram
abertamente”. Podemos dizer
que Rashi alude a isto por não ter citado as palavras “e eles a capturaram”
antes de seu comentário (já que isto parece ser a prova de que eles a
capturaram). Isso é porque o fato essencial de que eles eram shluchim de
Moshé levou-os a não se esconderem, mas a lutar abertamente. Há duas
mensagens claras aqui: Primeiro, quando
o Rebe diz que o trabalho da shelichut agora é preparar o mundo para
receber Mashiach, e cada detalhe na shelichut deve estar permeado com a
idéia de como isto nos aproxima para saudar nosso justo Mashiach, qualquer
alteração nesta shelichut, particularmente em mudanças essenciais
(para nossa tristeza, há aqueles que evitam completamente se envolver em
assuntos de Mashiach e Redenção por várias razões), desqualifica e
interrompe a shelichut! Em segundo
lugar, quando o Rebe diz que o mundo está pronto para aceitar o anúncio da
Redenção (incluindo “vilde reid” [“expressões selvagens”],
como dito pelo Rebe), os “shluchim de Moshé” não escondem a
mensagem clara do anúncio da Redenção, incluindo o fato de que isto foi
declarado como profecia pelo Rebe, profeta da nossa geração, e o que ele disse
sobre vida eterna sem qualquer interrupção, etc. Tudo deve ser divulgado
abertamente; pelo simples fato de sermos os “shluchim de Moshé”, os shluchim
do Rebe MH”M, não podemos nos esconder, mas devemos disseminar tudo isso com
orgulho. É precisamente isso que nos levará à vitória na luta pela verdadeira e completa Redenção, imediatamente mamash, com nosso rei Mashiach liderando o caminho, AGORA! Yechi Adoneinu Moreinu VeRabeinu Mélech HaMashiach Leolam Vaed.
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