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O Rebe Ló Mêt TEL AVIV (ISRAEL) — Rabino Chaim Ashkenazi.
O REBE DISSE TUDO Eu ouvi que o ex-Rabino-Chefe de Israel, Rabino Yisrael Meir Lau, quando participava de um jantar de Chabad na América do Sul, foi perguntado sobre o que ele pensava dos Lubavitchers que acreditam que o Rebe é chai vecaiam [vive e perdura]. O Rabino Lau respondeu com uma pergunta: “Diga-me a verdade, como você reagiria se o seu rosh yeshivá lhe pedisse para mudar-se com sua família para Shanghai, na China, somente por um ano ou dois. Você concordaria? Certamente você irá admitir que daria todos os motivos e desculpas do mundo para não fazer o que ele pediu. Mesmo assim, embora já tenham se passado vários anos desde Guimel Tamuz, os chassidim de Chabad continuam saindo na shlichut [missão] do Rebe, para acender a faísca judia e aproximar os judeus de seu Pai Celestial. Eles só fazem isso porque o Rebe assim falou. Diga-me então, quem é chai vecaiam: seu rosh yeshivá ou o Lubavitcher Rebe? * * * Eu ouvi uma história semelhante, contada a mim por Reb Nachum Rabinowitz, do Anash em Yerushalayim. Uma vez, quando ele se encontrou com o Rabino Shlomo Zalman Auerbach (o famoso possêc [legislador]), de abençoada memória, Rabino Auerbach perguntou: Como é que os chassidim de Chabad dizem que seu Rebe está vivo? Reb Nachum respondeu: Há tantos indivíduos sobre os quais se diz “eles são chamados de ‘mortos’ (referindo-se ao dito do Talmud ‘os perversos durante suas vidas são chamados de ‘mortos’), contudo eles escrevem ‘Shlita’ [que tenha longos e bons anos de vida] depois de seus nomes, e ninguém se incomoda com isso. Se há alguém sobre quem se diz que ele está vivo, por que as pessoas se espantam? Rabino Auerbach sorriu e disse: Você tem razão! * * * Reb Nachum deu uma resposta inteligente, mas este realmente é o caso em que o Rebe só é “chamado” de chai? Alguns responderão sim, e alguns dirão não. Qualquer pessoa pouco familiarizada com os ensinamentos do Rebe, ou mesmo que esteja familiarizada e pensa que o Rebe só falou metaforicamente, dirá que sim. Mas alguém imbuído da crença de que os ensinamentos e as orientações do Rebe são a pura verdade, e com certeza eles literalmente são a verdade, responderá inequivocamente: “chai” não é apenas uma descrição ou um chassidishe hergesh [sentimento de um chassid] projetado para não deixar que as pessoas se deprimam; é a realidade. Em outras palavras, entender a realidade do Rebe hoje depende, em grande medida, do conhecimento e da compreensão da pessoa do que o Rebe disse. Eu presenciei uma conversa entre um Guerer chassid e um mitnagued [oponente do Chassidismo]. O mitnagued disse: Olhe os Lubavitchers. Que tolice eles falam sobre o Rebe deles com relação a Mashiach e sobre como ele estar aqui fisicamente. O Guerer chassid disse: Você deveria saber que eles não dizem nada por conta própria. Tudo está escrito, seja na Torá ou na Torat HaChassidut. Você não precisa aceitar, mas não pode dizer que é tolice e que eles inventaram isso. Em outra conversa, desta vez entre um chassid Chabad e seu primo, que é um Poilishe chassid, disse o primo: eu estudei as sichot de seu Rebe e estou lhe dizendo que se um Chabadnik diz que o Rebe não disse que ele é Mashiach, ou se ele diz que não precisa haver um Rebe que esteja aqui begashmiut [fisicamente], ele é um mentiroso. Assim está escrito nas sichot do Rebe, preto no branco. Eu não tenho que aceitar isso porque eu não sou um chassid Chabad, mas dizer que ele nunca disse isso é uma completa mentira! Eu ouvi o seguinte de um Poilisher chassid: Um Lubavitcher que diz que nada aconteceu em Guimel Tamuz não é normal. E um Lubavitcher que diz que em Guimel Tamuz o que aconteceu é o que parece ter acontecido também não é normal! O QUE MUDOU? Se quem não é Lubavitcher entende isso, o que aconteceu conosco? Todo chassid Chabad em todo o mundo proclamou abertamente que o Rebe é Melech HaMashiach Leolam Vaed até Guimel Tamuz de 5754, ou pelo menos até 27 de Adar de 5752. Eles anunciavam isso unanimemente, não porque todos eles se reuniram em um lugar e tomaram a decisão de agir assim, mas porque era óbvio que isso é o que o Rebe estava dizendo em suas sichot e não havia nenhuma outra maneira de entendê-las. Além disso, o Rebe fez tudo o que pôde para assegurar-se de que nós o entendemos, e ele sabia como os seus chassidim e mekusharim o entendiam. Liderando aqueles que acreditavam estava a “elite” dos chassidim de Chabad, dos chozrim [pessoas que decoravam os discursos proferidos pelo Rebe] para baixo. Todos acreditavam nisso. De repente, depois de 27 de Adar de 5752, e mais ainda depois de 27 de Adar II de 5754, e mais ainda depois de Guimel Tamuz de 5754, algumas pessoas decidiram que nós não entendemos o que o Rebe disse e escreveu. A desculpa delas é que aquilo que nós podemos ver é mais forte que todas as sichot, e portanto é um Yud Shevat, 2 de Nissan, 13 de Tishrei, 9 de Kislêv, e 24 de Tevet, outra vez. Quanto àqueles que pensam que Guimel Tamuz é um Yom Hilula [dia de falecimento], há diversas opiniões sobre a atual situação: Algumas pessoas são da opinião de que, a partir de Guimel Tamuz em diante, não há nenhum nassí hador [líder da geração]. Alguns pensam que o Rebe é o nassí hador e dizem (baseados no capítulo 27 de Igueret HaCodesh no Tanya) que ele está aqui “mais do que durante a sua vida” (embora não esteja claro por que este seria o caso referente ao Rebe, mas não aos Rebeim que o precederam, até Moshé Rabeinu). Há outros que dizem que o Rebe não só está aqui “mais do que durante a sua vida” de forma espiritual, mas também está conectado ao mundo físico, diferentemente de outros líderes. De acordo com esta visão, o 770 é um lugar de reunião para orações e farbrenguens, porque a santidade não se afasta de seu lugar. Eles estão convencidos de que esta abordagem é normal e agradável, e esta é a maneira apropriada de educar a próxima geração, e quem não pensa assim não é Chabad. Estas são as mesmas pessoas que antes sustentavam que quem não pensa que o Rebe é Melech HaMashiach Leolam Vaed não é Chabad... Antes eles entenderam o que o Rebe disse de um modo, e agora eles entendem o que o Rebe disse de outro modo. Se alguém viesse e falasse — como aquele mitnagued que teve um sonho — que ele viu o funeral de D’us, D’us nos livre, eles também diriam que até agora eles entenderam a idéia de “Eu sou Hashem, Eu não mudo” de uma forma que signifique que uma mudança não é possível, mas agora eles a entendem diferentemente? A COMPREENSÃO DO COCHEIRO Numa certa cidade, havia uma mulher em trabalho de parto que precisava ser levada durante o Shabat para uma cidade com uma parteira. O rav disse para o cocheiro arrear os cavalos e levá-la. O cocheiro disse que ele não poderia arrear os cavalos sem um cigarro. O rav não permitiu, e a discussão continuou até a mulher em trabalho de parto começar a ter a sua vida em perigo. O rav disse ao cocheiro que ele levasse um cigarro, sendo que o principal é arrear os cavalos e salvar a vida da mulher! O cocheiro concluiu: “Quem sabe quantas outras coisas são permitidas no Shabat, mas os rabinos simplesmente não nos contam... O cocheiro ignorante não sabia que a halachá não muda de acordo com os caprichos do rabino. Ele não entendeu que não foi a halachá que mudou, mas a situação (sem entrar na discussão sobre se a lei foi correta ou não). Ele pensou que os rabinos estão nos escondendo outras permissões. Em uma circunstância posterior, ele poderia pensar que se os rabinos não nos dizem o que mais é permissível, ele decidirá por sua própria conta! O mesmo é verdade aqui. Há um princípio de que todo chassid Chabad acreditava firmemente, porque o Rebe, o “pastor fiel,” incutiu/incute isto dentro de nós. De repente, as pessoas vêm e dizem que o Rebe não quis garantir coisa alguma; ele disse isso, na verdade, como um pedido e uma oração. Eles são como aquele cocheiro, e quem sabe que outras coisas eles reinterpretarão! No melhor dos casos, eles dizem sobre eles mesmos “nós erramos, é tolice; isso causará uma profanação de Torá e mitsvot, e quem diz isso não é Chabad”. Esta abordagem é algo para fazer chorar, porque as conseqüências de longo alcance são incríveis. Um editor de jornal chareidi, famoso pelo seu ódio pelos chassidim em geral e pelos chassidim Chabad em particular, e especialmente pelo Rebe MH”M, disse: o que você quer de mim e do jornal que eu represento, quando antes de Guimel Tamuz eu escrevi que vocês não são normais e são hereges, e agora vocês mesmos escrevem a mesma coisa! A diferença é que eu escrevi isso sobre a maioria de vocês — enquanto vocês dizem que isso se aplica a quem vocês chamam de uma “minoria extremista”. Quanto a nós, nós somos fortes em nossa emuná porque confiamos no que o Rebe disse, e ele nos ensinou (ver Likutei Sichot, vol. 26, primeira sichá) que com relação a Moshé está escrito: “o dia de seu nascimento expia pelo dia de sua morte”. Expiação implica em purificação. Em outras palavras, o dia de nascimento purifica a deficiência que poderia ser o resultado do dia do falecimento. O que isso significa? A remoção do plano material que ocorre no dia da morte não pode acontecer ao nassí hador, porque, desde o momento do nascimento — do momento em que a maravilhosa criatura chamada “Moshé Emét” nasce —, esta deficiência é impossível. De fato, pode não ser o mesmo corpo, mas ele deve estar em um corpo. MOSHÉ RABEINU NÃO MORREU — LITERALMENTE! O Rebe explica nesta sichá (vol. 26) a razão por que somente sobre Moshé e Yaacov, que são chamados emét, que significa eterno, é dito que eles não morreram. A verdade de Yaacov Avínu e Moshé Rabeinu não é apenas ‘não falsidade’, como se aplica a todos os tsadikim, mas que não são fisicamente eternos. Todos os outros tsadikim são eternos no tocante às suas neshamot, e “mais do que durante a sua vida”, mas com relação a Yaacov e Moshé é verdade como a Torá é verdade; eles perduram, no sentido físico, para sempre. O nassí hador não está na categoria de “mais do que durante a sua vida”, por maior que seja, porque ele está aqui fisicamente. Uma das provas que o Rebe traz para isso é que da mesma maneira que o Mishcan é fisicamente eterno, porque é o trabalho feito pelas mãos de Moshé, quanto mais ainda o próprio Moshé é eterno! Por isso é que apenas com referência a Yaacov e Moshé, que são “emét”, está escrito “ele não morreu”. É altamente recomendado que esta sichá seja estudada em detalhes. Depois de estudar esta sichá, podemos tratar Guimel Tamuz como Yud Shevat? Obviamente nós não estamos contentes com a situação, quando não podemos ver o Rebe, mas o que deveríamos fazer neste dia? Deveríamos fazer o que é feito em todos os dias que marcam o passamento dos Rebeim e dizer que mesmo assim o Rebe é o nassí hador? Isto é o oposto do que o Rebe diz, o mesmo Rebe que é o único expert que pode dizer o que é um nassí hador, pois o Rebe diz “ló mêt”. Por mais perguntas que você tenha sobre esta sichá, elas não podem nos desviar da declaração inequívoca de que nós não somos nenhum tipo de chassidim Breslov; nassí hador quer dizer “ló mêt”. O debate precisa ser sobre como entender “ló mêt” conforme o seu significado literal. Esta discussão é semelhante àquela em todo maamar de Chassidut e farbrenguens chassídicos sobre o fato de que o mundo não é uma metsiut [existência]. O mundo não ser uma metsiut é um fato. Uma vez que estabelecemos isso, podemos discutir esta não-existência: ela não é uma metsiut porque é imaginária, ou ela é uma metsiut mas mesmo assim não tem nenhuma significação, ou talvez até níveis mais elevados de anulação. Apesar da discussão de que é um fato o mundo não ser uma metsiut, e um chassid precisa trabalhar sobre si mesmo a cada momento, e a cada tefilá, e a cada farbrenguen, e a cada yechidut — para absorver o conceito da não-existência do mundo. Assim também com o Rebe. O Rebe declarou que Moshé Rabeinu ló mêt, então o Rebe MH”M ló mêt, e nós devemos ter isso em nossas mentes e corações, que o dia de seu nascimento (11 de Nissan) expia pelo dia da morte, “expia” querendo dizer purificação. TORCEDORES OU PROFISSIONAIS? Em uma yechidut [audiência particular] com um menino americano na idade de bar mitsvá, o Rebe perguntou se ele jogava beisebol e para que time torcia. O menino disse que no último jogo que ele assistira, o seu time perdeu. O Rebe perguntou para o menino o que ele fez sobre a derrota, e o menino disse: “Eu me levantei e deixei o estádio. Eu nem mesmo esperei o final do jogo”. “Os jogadores de beisebol também saíram?”, perguntou o Rebe. “Eles não podem sair, mesmo se não estão jogando bem”, explicou o menino pacientemente, “porque eles são profissionais e devem tentar ganhar até o último minuto do jogo!” “Você também”, disse o Rebe, “está começando a participar agora do ‘time’ de Hashem. Tente ser um profissional, e não apenas um torcedor!” * * * A mensagem do Rebe para o menino bar mitsvá é bastante pertinente à nossa situação atual. Não é nada demais ser um torcedor e incentivar quando seu time estiver vencendo. Não era nenhuma grande realização disseminar a Bessurat HaGueulá [as boas novas da Redenção] nos dias anteriores a 27 de Adar de 5752, quando todo o mundo estava certo de que Mashiach estava prestes a chegar e que seus fiéis torcedores estariam na primeira fileira para saudá-lo. * * * É agora, quando aqueles que acreditam não são populares e as pessoas zombam disso, que nós devemos ser os jogadores profissionais no campo e não abandonar o nosso trabalho. Mesmo se não vemos o nosso rei, continuaremos a divulgar a mensagem de que o Rebe é Mashiach e ele é chai vecaiam, e nós ansiamos pela sua imediata revelação (não estamos esperando pelo seu retorno). Que possamos muito em breve ver o “ló mêt” begashmiut, com a verdadeira e completa Redenção, imediatamente! (Pronunciado em um farbrenguen chassídico)
Yechi Adoneinu Moreinu VeRabeinu Mélech HaMashiach Leolam Vaed!
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