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We Want Mashiach Now!

Ad Matai!

O Rebe Nos Disse Para “Conquistarmos” a Austrália

Baseado num farbrenguen no 770 com o mashpia Rabino Shlomo Majesky, diretor do Machon Chana

Trinta e dois anos atrás, em 5727 (1967), eu estava entre os primeiros seis shluchim enviados do 770 à yeshivá de Melbourne, na Austrália, por um período de dois anos. Não descreverei em detalhes a histórica viagem. Ainda que na época tenha sido novidade. Mas gostaria de mencionar um ponto, e sua relevância para nossos tempos.

Antes de embarcarmos para Melbourne, o Rebe MH”M recebeu-nos para uma yechidut especial (audiência particular) em sua sala. O Rebe falou demoradamente sobre o objetivo daquela importante missão: “Levar a ‘ner mitsvá veTorá or (uma mitsvá é uma vela, e a Torá é a luz), visto que ela procede da fonte de luz dentro da Torá, que é a dimensão interior da Torá, a Torat HaChassidut (...) transformá-los em chassidim do Alter Rebe e de meu sogro, o Rebe (...) saírem como “luminárias para iluminar”, iluminar Melbourne e transformar a Austrália inteira numa Chassidishe medina (um país chassídico).

Prosseguiu então o Rebe, dizendo-nos exatamente como realizarmos nossa missão: “Em primeiro lugar, a missão de vocês é estudar Nigle (Guemará, halachá, etc.) e Chassidut diligentemente e com zelo, com grande profusão, com muita quantidade e qualidade. O estudo deveria derivar de [um estado] de expansão [tanto] no amor como no temor dos Céus, o que se consegue mediante avodat hatefilá (serviço Divino por meio da oração). A isto se acrescente que havia outras tarefas designadas — a disseminação das fontes [da Chassidut] e do judaísmo em geral. A suprema tarefa, no entanto, é ser um exemplo vivo.”

Antes de concluir a yechidut, o Rebe nos desejou: “Vão em paz e com alegria (...) levem para lá boas notícias e escrevam boas notícias de lá (...) sejam “luminárias que iluminem” as vizinhanças de Melbourne, e depois a cidade toda, e depois o país todo, até que as “fontes se disseminem para fora”, tudo com boa saúde e com alegria e bom espírito.”

O Rebe nos deu três garrafas de mashke (vodca) e páginas de um extenso maamar do Tsemach Tsedek que ainda não tinha sido impresso, assim como dólares para tsedacá. Tudo isto ocorreu no domingo 23 de Adar I, na noite anterior à viagem.

No dia seguinte o Rebe antecipou o serviço de Minchá para as 14h15 para acomodar-nos no vôo, que estava programado para as 17 horas. O Rebe orientou a todos que nos acompanhassem até o aeroporto.

Depois do davening, o Rebe subitamente anunciou que ele queria que os shluchim mais uma vez o vissem, em particular. Quando tínhamos já todos entrado no Gan Éden HaTachton (o saguão perto do escritório do Rebe), o Rebe disse: “No que diz respeito a ‘conquistar a Austrália’, não é preciso que isto seja divulgado por enquanto, visto que os baalei batim (os leigos) não estão prontos para digerir isto”.

O Rebe deu um exemplar de Tanya a cada um de nós. Depois ele nos acompanhou e, a despeito da chuva, ficou à porta do 770 até todos nós termos ido embora.

Durante toda a nossa shlichut as palavras do Rebe constantemente nos acompanharam. Por um lado, “torná-los chassidim do Ater Rebe e de meu sogro, o Rebe”, e, por outro lado, “não há necessidade de divulgar isto por enquanto, visto que os baalei batim não estão prontos para digerir isto”.

A meta de cada uma das coisas que fizemos (e fomos orientados por detalhadas instruções do Rebe) era “torná-los chassidim do Rebe”. Ao mesmo tempo, porém, não aparecíamos em público, batendo no púlpito e anunciando que viéramos torná-los chassidim do Rebe. Pensamos bem nas coisas e nós as adequamos às necessidades e à inteligência daqueles com os quais lidávamos, até que chegassem às suas próprias conclusões.

Em todos os projetos que empreendíamos, fosse organizando messibot Shabat (reuniões de Shabat à tarde) para crianças ou aulas para adultos, tínhamos sempre nossos olhos fixos na meta, sabíamos qual o nosso objetivo final.

Graças a D’us, a missão foi bem-sucedida. Na verdade, mediante nossos esforços de grupo e dos esforços dos grupos de shluchim que nos seguiram, a Austrália tornou-se uma mediná chassídica, chassidim do Rebe.

Passaram-se vinte e quatro anos. E, então, faz oito anos, em 28 de Nissan de 5751, recebemos uma shlichut pessoal do Rebe. Ele disse a todos e a cada um de nós: “Façam tudo que puderem (...) para realmente trazerem na prática Mashiach Tsidkeinu!”

Nas semanas que se seguiram a esta sichá, o Rebe explicou exatamente o que se pedia de nós. Citaremos algumas destas poucas diretivas:

* Estudo ampliado da Torá, tanto Nigle como Chassidut, especialmente assuntos de Mashiach e Gueulá, tanto na Torá Escrita como na Oral, Guemará e Midrash e também — e fundamentalmente — na dimensão interior da Torá (Shabat Parashat Sheminí, Tazria-Metsorá, Balak 5751,
e muitos outros lugares).

* Observância aperfeiçoada das mitsvot. (ibid.)

* Observância aperfeiçoada da mitsvá de tsedacá com a intenção de apressar a Gueulá. (Shabat Parashat Tazria-Metsorá 5751).

* Estudar hilchot Beit Habechirá (Leis do Templo Sagrado) com o conhecimento e consciência da absoluta certeza de que isto é estudo prático (e não teórico) e que será posto em prática no instante imediatamente seguinte (Shabat Parashat Balak 5751).

* Ahavat Yisrael aperfeiçoado (amor de um irmão judeu) como
antegosto da Gueulá (Shabat Parashat Matot-Massei 5751).

* A única coisa que ainda estamos aguardando, é que um judeu grite
ad matai” (até quando?) novamente (Shabat Parashat Devarim 5751).

* O privilégio e a responsabilidade de bradar e implorar para Hashem
ad matai” (Shabat Parashat Ekev 5751).

* Deve haver uma súplica especial, em voz alta, de “ad matai” (Shabat Parashat Ki Tavo 5751).

* Divulgar que merecemos ter um profeta nesta geração, e seguir
suas diretivas (Shabat Parashat Shoftim 5751).

* Continuar a divulgar nos jornais que “hine zé bá” (atenção, o Rei
Mashiach está chegando!) (Shabat Parashat Nitsavim 5751).

* Observância melhorada de Kidush Levaná (Santificação da Lua
Nova) (Shabat Parashat Noach 5752).

* Os rabanim precisam divulgar o psak din (legislação da Torá) de que “todos os prazos finais para a Redenção se esgotaram” e que o povo judeu já se arrependeu. (6 de MarCheshvan 5752 durante uma visita do Rabino Mordechai Eliyahu).

* Todas as atividades devem ser permeadas de assuntos sobre Mashiach e Gueulá. (Shabat Parashat Vaierá 5752).

* Que cada um se prepare, e todos os judeus, em sua área e em sua
cidade, para saudar Mashiach, explicando o que Mashiach é, de uma maneira que possa ser captada por qualquer pessoa de acordo com sua inteligência e compreensão, e em especial estudando assuntos sobre Mashiach e Gueulá. Todos os detalhes pertinentes à shlichut precisam ser permeados com este ponto de cabalat pnei Mashiach (saudar Mashiach). Estudar Torá Or e Likutei Torá (Shabat Parashat Chayei Sará 5752).

* A única coisa que ainda está faltando é abrir nossos olhos
adequadamente e ver como tudo está pronto para a Gueulá. (Shabat Parashat Vaietsê e Vayishlach 5752, etc.)

* Envolver-se na divulgação de milagres, e dos milagres recentes que
D’us faz por nós. Realmente, isto está relacionado a trazer a Gueulá. (Shabat Parashat Vayeshev 5752).

Em nossa atual shelichut claros são a meta e o objetivo. Na verdade, o próprio Rebe divulgou que precisamos aceitar Mashiach e nos prepararmos e ao povo à nossa volta para aceitar Mashiach. O Rebe, em suas sichot, relata que “Mashiach é o nassí ha’dor [o líder da geração]”. “Seu nome é Menachem”, e “O Mashiach desta geração é o Rebe, meu sogro”. Além disso, o próprio Rebe apareceu no pórtico, durante um período de quase um ano e meio, encorajando que se cantasse “Yechi”, com toda a divulgação global que isto trouxe.

No entanto, mesmo que uma pessoa sinta que em sua situação particular não possa ser tão aberto assim quanto à meta, mesmo assim, se alguém seguir todas as diretivas acima mencionadas, e se esta meta estiver constantemente diante de seus olhos, mais cedo ou mais tarde, as pessoas acabarão atingindo a meta, isto é, não somente que as pessoas estarão convictas de que a Gueulá é iminente, mas que estarão preparadas para mekabel [aceitarem] o Rebe como Melech HaMashiach.

E é particularmente por meio do estudo sobre Mashiach e Gueulá, com todo os seus detalhes, que se fará com que a pessoa chegue às suas próprias conclusões.

A verdade é que todos nós aspiramos à mesma coisa. Mesmo que as pessoas ainda não estejam vendo olho no olho o que deve ser divulgado, todos concordamos em que o Rebe é aquele que nos redimirá. Há um consenso definido de que precisamos disseminar a profecia da Gueulá tal como a ouvimos do Rebe, e que cada um de nós deve trabalhar em si mesmo e trabalhar aqueles ao seu redor para estarmos preparados para saudarmos Mashiach, o Rebe. Assim sendo, se nos empenharmos nas mesmas metas e seguirmos as diretivas do Rebe, ao final certamente seremos bem-sucedidos.

Existem aqueles que são adeptos de citarem a famosa sichá de “ofen ha’mithabel” (traduzida erroneamente para significar “somente se puder ser de uma maneira aceitável”). Não sei se essas pessoas sabem o que vem antes e depois destas palavras, porque se elas soubessem o quanto esta frase, na verdade, nos obriga, não a citariam como uma espécie de desculpa. Para deixar isto mais claro, penso que seria adequado a citação por inteiro da passagem (é da sichá de Chayei Sará, 5752, abertura do Kinus HaShluchim, revisada):

“Daí deduzimos a lição prática a ser aprendida conforme aqui nos detemos na abertura e início da Conferência Internacional dos Shluchim:

“Primeiro de tudo, é necessário proclamarmos e anunciarmos a todos os shluchim, que a missão dos shluchim e de todo judeu, agora se exprime no seguinte — que eles devem saudar/aceitar Mashiach Tsidkeinu. O que significa dizer que todos os detalhes do trabalho dos shluchim na propagação da Torá, do judaísmo e da Chassidut deve ser instilada com este ponto: como é que isto nos leva a saudarmos Mashiach?

“...O simples significado disto é que desta Convenção dos Shluchim, precisamos ir e trazer boas resoluções quanto a como cada shaliach deve se preparar e todos os judeus em sua área, cidade, etc., para saudarem Mashiach, por meio da explicação de o que é Mashiach, como está explicado na Torá Oral e na Torá Escrita, de modo que possa ser apreendida (be’ofen ha’mitkabel) por cada pessoa de acordo com seu intelecto e sua compreensão. Isto inclui, em especial, estudar tópicos sobre Mashiach e Gueulá, particularmente numa maneira de chochmá, biná e daat.

“Visto que esta é a tarefa de nossa época, naturalmente que isto se aplica a todos os judeus, sem exceção.”

Será que alguém encontra aqui alguma “leniência”, alguma brandura, seja como for? Com base no que está acima, como é possível nos furtarmos à shlichut colocada sobre nós proclamando que ela não é mitkabel? Há alguma “facilitação” no fato de que a única coisa que resta é saudar Mashiach?

Pelo contrário, somos pelo presente obrigados a preparar a todos os judeus “em sua área e em sua cidade”, etc. Somos obrigados a explicar a todos o que é Mashiach, de acordo com a compreensão de cada pessoa. Estamos obrigados a estudar inyanei Mashiach e Gueulá com outros até que este assunto se torne aceitável e aceito.

É fácil compreender que há outro lado da moeda: na famosa sichá de Chaf Chet Nissan, 5751, o Rebe declarou : “Se apenas uma, duas ou três pessoas delimitassem um plano sobre o que fazer e como fazê-lo”. Na mesma sichá o Rebe disse: “Façam tudo que puderem — num jeito de orot de’tohu mas em kelim de’tikun — para verdadeiramente trazerem Mashiach!”.

Ensina-nos o Rebe que precisamos ter os olhos fixos na meta enquanto aprimoramos nossa mensagem em função das capacidades daqueles que visamos atingir. Para fazer isso, precisamos nos concentrar no objetivo supremo de cada coisa a ser feita.

E como, mais adiante, diz o próprio Rebe na mesma sichá: “A principal coisa é produzir imediatamente a verdadeira e completa Redenção, alegremente e de bom espírito”.

Yechi Adoneinu Moreinu VeRabeinu Mélech HaMashiach Leolam Vaed!