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6 — MASHIACH — UM SER HUMANO (I)

 

Muitos acham fácil acreditar numa Era Messiânica, pensando ingenuamente que o conflito humano pode ser resolvido pela tecnologia, que quando uma superabundância material encher o mundo, a inveja e os problemas emocionais desaparecerão.

Outros acham plausível acreditar que virá um tempo em que uma ideologia conveniente inundará o mundo e todos pensarão da mesma forma, igualando erroneamente uma paixão popular com a paz.

Outros, ainda, pensam que o conceito de Era Messiânica existe somente num tempo distante, que nunca se realizará; para eles, é abstrato, não mais que uma meta de perfeição que a humanidade nunca alcançará.

Mas o judaísmo insiste na realidade da era da Redenção, que precisa ser anunciada por um grande líder judeu, Mashiach.

A crença judaica em Mashiach requer crença não só numa Era Messiânica, quando a humanidade ser erguerá acima de sua história de inveja e ódio para viver em paz e harmonia, mas também crença num ser humano — um rei —, um líder do povo judeu que, através do poder de D’us, anunciará esta nova era.

Tão importante é a crença neste monarca humano ao qual chamamos de Mashiach, que Maimônides, em seu autorizado código de lei, declara que todo aquele que não acredita num líder e rei judeu que anunciará a Era Messiânica, na verdade, nega a verdade dos profetas e a validade da Torá inteira.

Por que o Próprio D’us não pode provocar estas mudanças, sem um mensageiro humano? Por que não pode D’us simplesmente inspirar as pessoas a viverem em paz e harmonia? Por que um Mashiach humano?

Na verdade, D’us sempre escolheu pessoas para conduzirem Seu povo. Mashiach não será a primeira pessoa da história judaica a conduzir sua geração à redenção, a ser o mensageiro da revelação de D’us ao povo judeu. Moisés fez isto. Mashiach não será a primeira pessoa a conduzir os judeus à Terra Prometida de Israel. Josué, o sucessor de Moisés, fez isto. E Mashiach não será o primeiro mediante o qual D’us terá construído um santuário: os reis David e Salomão fizeram-no.

O conceito de que pessoas escolhidas assumem a posição de líderes da nação judaica sempre foi parte integrante da vida judaica e do pensamento judaico. Em todas as épocas, os judeus congregaram-se em torno de uma pessoa que exemplificava os ideais da Torá, sempre procurando um profeta, rei um eminente professor. Na verdade, de acordo com o Zohar, um dos principais livros da Cabalá, toda geração tem seu próprio Moisés, um líder principal, cujo papel como líder poderá, ou não, ser por todos conhecido. Assim sendo, enquanto em alguns períodos não ficou claro quem era o líder autêntico da geração, em outros, como nos dias de Moisés e Josué, a escolha era óbvia.

Que D’us faz coisas mediante o envolvimento de pessoas é básico para o judaísmo. D’us criou Seu mundo de forma que as pessoas mudem o mundo, aperfeiçoem-no e, em última instância, façam do mundo aquilo que D’us tencionava que ele fosse: “Um lugar para D’us habitar”. Os líderes judaicos de todos os tempos foram responsáveis por inspirarem e guiarem sua geração, de forma que cheguemos à consecução do potencial que D’us nos deu e atinjamos o propósito para o qual fomos criados.

Mashiach, também, será somente um elo a mais na gloriosa cadeia na tradição judaica de grandes e inspirados líderes  a dirigirem o povo judeu e o mundo inteiro para uma nova era de paz.

Em nossa próxima mensagem, discutiremos como Mashiach, uma pessoa só, será capaz de mudar o mundo.