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43 — O FOGO CELESTIAL (I)

Desde os acontecimentos de Guimel Tamuz — o dia em que o Rebe se ocultou aos nossos olhos físicos — têm havido muitas perguntas sobre a campanha de Mashiach, a profecia do Rebe de que “o tempo da vossa Redenção chegou”, uma proclamação segundo a qual o Rebe é Mashiach — e temas similares.

Antes de Guimel Tamuz, enquanto podíamos ver o Rebe, era possível — assim se argumenta — pensar que poderia acontecer um milagre. Ainda que o Rebe estivesse aparentemente incapacitado por um derrame, todos a não ser seus oponentes mais cegos, mais ardorosos, ainda aguardavam que, na verdade, de alguma forma, o Rebe ainda traria a Redenção e a longamente aguardada era da paz universal. Pois quem, a não ser os intolerantes e os insignificantes, se oporia à era de Mashiach?

O Rebe declarou que Mashiach estava na soleira da porta, aguardando para vir, que tudo o que precisávamos era acrescentarmos um pouquinho mais de bondade e caridade. Isto era bastante simples. Listas de sugestões práticas eram distribuídas e redes de apoio foram estabelecidas. E era mais simples ainda, pois tudo o que tínhamos a fazer, o Rebe nos dissera, era preparamo-nos para recebermos Mashiach, desejarmos reconhecer Mashiach como rei. Façam este pouquinho a mais — e a Redenção chegará.

Com base em que é que alguém poderia se opor a este encorajamento, esta esperança — esta profecia? Certamente os acontecimentos mundiais apoiavam a declaração do Rebe — a queda do comunismo, a saída dos judeus da Rússia, o trabalho humanitário dos exércitos mundiais, a Primeira Guerra do Golfo — tudo indicava um processo de “endireitar os curvados”.

Lógico que muitos especularam sobre as supostas “terríveis” conseqüências se o Rebe estivesse — pela primeira vez — errado — mas isto acabou sendo, afinal de contas, apenas especulação.

Na verdade, a melhor resposta para todas as objeções foi dada anos atrás, logo depois de o Rebe ter assumido a liderança de Chabad e, na verdade, do Judaísmo mundial. Um seguidor de um Rebe chassídico de outra corrente queixou-se de que muitos estivessem dizendo que o Rebe de Lubavitch seria Mashiach. Respondeu o Rebe dele: “A crença em Mashiach é um princípio fundamental do Judaísmo. De acordo com a Torá, ele pode vir a qualquer momento. Sabemos que nem você nem eu somos Mashiach. Quem está melhor qualificado do que o Rebe de Lubavitch? Importa que o Lubavitcher seja Mashiach? Tudo que importa é que Mashiach venha!”

Vemos, então, que até Guimel Tamuz — isto é, enquanto podíamos ver o Rebe com os nossos olhos físicos — a expectativa aumentou e o mundo aguardava, esperava e rezava para que, verdadeiramente, o Rebe fosse revelado como Mashiach, que finalmente, depois de longa demora, tivesse chegado o tempo de nossa Redenção.

Mas depois de Guimel Tamuz, começaram as perguntas. Na verdade, todos continuaram comprometidos com a campanha de Mashiach: sim, houve renovada disposição de ir em frente, de completar o trabalho do Rebe, de viver em função de sua exigência, feita uns onze meses antes de seu primeiro derrame, que nós — todo ser humano, todo homem, mulher e criança, judeu e não-judeu — tínhamos agora a responsabilidade de trazer Mashiach: certamente, programas, aulas, projetos, publicações — toda área de atividade, aumentaram.

E, mesmo assim, continuam as perguntas — e agora? Como pode ainda o Rebe ser Mashiach? Onde está a Redenção? Por trás delas, por certo, está a pergunta fundamental: por que aconteceu? Ou, talvez, por que não soubemos disso de antemão?

Na próxima mensagem começaremos a examinar estas perguntas.