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4CIÊNCIA VERSUS SOCIEDADE:

PROGRESSO MATERIAL VERSUS DESORDEM SOCIAL.

O CLICHÊ DE NOSSOS TEMPOS — MAS O QUE ISTO TEM A VER COM MASHIACH?

 

Consideremos a primeira parte, a súbita emergência e poder da ciência e da tecnologia. Desde a Revolução Industrial, há uns duzentos e cinqüenta anos, a ciência e a tecnologia nos deram o rádio, a televisão, os automóveis, os aviões, telefones, computadores, penicilina, vacinas, cirurgias a laser, o saneamento, a refrigeração, comida em abundância e um aumento da longevidade. A possibilidade de prosperidade maciça existe pela primeira vez na história.

Alguns vêem neste movimento da escassez para a abundância somente uma glorificação do homem “moderno”, como se tivéssemos triunfado sobre todas as nossas limitações, declarando que a modernidade conseguiu autoridade definitiva para uma humanidade imperfeita e de vida curta. Mas o judaísmo ensina que o bem-estar material e o objetivo espiritual do mundo, o bem-estar e a moralidade estão inextricavelmente ligados. Por detrás da ciência e tecnologia que tanto aprimoraram as condições de vida — e promessas para prover muito mais benefícios — existe um objetivo mais profundo: o progresso material prepara a vinda de Mashiach.

Assim, o Zohar, escrito por Rabi Shimon bar Yochai logo após a destruição do Segundo Templo, uns mil e novecentos anos atrás, predisse que na era antes de Mashiach, o mundo veria uma explosão sem precedentes de conhecimento secular assim como espiritual, uma avassaladora expansão de tecnologia e de miraculoso avanço material. Nossa presente prosperidade não resulta de uma coincidência ou de um súbito “esplendor” da vida moderna, mas da aproximação da redenção e do cumprimento do plano de D’us. Para que o mundo “se encha do conhecimento de D’us assim como as águas cobrem o mar”, primeiro é preciso que finalmente a humanidade vença a longa batalha pela segurança, saúde e pelas necessidades básicas.

Mas por que agora?

A Torá ensina que D’us criou o mundo em seis dias. A cada dia, D’us acrescentou alguma coisa ao mundo para torná-lo mais habitável. O ambiente foi se aprimorando até que, por fim, a humanidade poderia sobreviver em conforto, com alimento e abrigo à sua disposição. No entanto, cada dia da Criação pode ser considerado como mil anos, como nos diz o Salmo 90: “Mil anos aos Teus olhos são como o dia de ontem, que acabou de passar”. Durante seis dias — para o salmista, seis mil anos — D’us propicia a base material para a humanidade, refinando e ampliando as condições de vida, de tal forma que possamos criar um mundo de moralidade e espiritualidade — um lugar em que a Divindade possa habitar no mundo físico.

Ademais, o Zohar explica que na véspera do Shabat do mundo, ao fim de seis mil anos, ocorrerá a primeira condição para uma revelação aberta da Divindade, quer dizer, bem-estar físico. Quanto mais nos aproximarmos da consecução do imperativo Divino de revelação da realidade espiritual dentro do mundo físico, maior será a manifestação de abundância material, porque nossa prosperidade ampliada depende do cumprimento de nossas obrigações morais. O segundo parágrafo do Shemá — a oração que começa com “Ouve, ó Israel”, recitada duas vezes por dia para declarar a Unidade e a Unicidade de D’us — nos diz que “se obedecerdes diligentemente os Meus mandamentos que Eu vos ordeno neste dia, de amar o Senhor vosso D’us e servi-Lo com todo vosso coração e toda vossa alma, Eu vos darei chuva a vossa terra no seu momento propício, a chuva antecipada e a chuva tardia, e colherás teu cereal, teu vinho e teu azeite. E darei erva no teu campo para o teu gado, e comerás e te saciarás”.

Em resumo, ao final de seis mil anos, haverá prosperidade em abundância pois nossa obediência e ligação com D’us serão perfeitas. Nosso tremendo progresso científico e tecnológico indica, portanto, que estamos no limiar da era Messiânica, que este é o tempo de Mashiach.