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O predecessor e sogro do Rebe de Lubavitch, o Rebe Rayats, faleceu em 1950. Naquele ano, na véspera do mês de Nissan — o mês de Pessach, o mês cujo nome significa milagres — o Rebe de Lubavitch falou sobre o último ensinamento de seu sogro, um discurso sobre o conceito de “vitória”.

O atributo de vitória enraiza-se na essência da alma, acima de todos os outros poderes. Vemos, portanto, que pela vitória na guerra, um rei dissipará o tesouro que levou gerações para ser acumulado. Pela vitória na guerra, o próprio rei entrará na batalha e arriscará sua vida. Na verdade, por uma vitória na guerra, o rei sacrificará a sua própria vida. A partir disso, explica o Rebe, podemos compreender quão profundamente — essencialmente — a “vitória” está ligada à essência da alma.

O Rebe Rayats relacionou isto com nossos tempos, os momentos finais antes da Redenção, o tempo das purificações espirituais finais. Precisamos direcionar os nossos esforços, nosso serviço Divino, nestes poucos momentos antes da Redenção, especificamente para a “vitória”, e somente nesta direção, e aceitarmos sobre nós o jugo da Realeza de D’us.

O significado deve ser claro para todos nós: o tesouro são os ensinamentos, a Torá do Rebe. A guerra é a batalha para tornar este mundo físico uma morada para D’us, para cumprir as palavras do profeta, segundo as quais, “o conhecimento do Senhor encherá o mundo como as águas cobrem o oceano”. O rei, que se lançou à batalha, deu sua vida para trazer Mashiach e a Redenção — é o próprio Rebe.

Em 28 de Nissan de 5751 [1991] — o mês cujo nome significa milagres —, o Rebe deu ao povo judeu a tarefa de alcançar a vitória, trazer Mashiach. Então, o Rebe disse o seguinte:

“Que mais eu posso fazer para que todos os filhos de Israel possam bradar e proclamar, em verdade, para trazerem Mashiach de fato, eis que, até agora, não teve resultado, a prova sendo que ainda nos encontramos no exílio — e nós até mesmo, e isto é mais importante — permanecemos num exílio interior em nosso serviço a D’us. A única coisa que me resta fazer é passar o assunto para vocês: façam tudo que estiver ao alcance de vocês para verdadeiramente trazerem nosso justo Mashiach imediatamente, na prática”.

Além disso, o Rebe deu a cada um a missão de tsedacá, pois a grandeza da tsedacá é que ela apressa a Redenção.

Obviamente, não fizemos o suficiente. Não podemos estar satisfeitos simplesmente honrando uma recordação; não podemos ficar satisfeitos com nossa Torá, com nossas orações, com nossos atos de caridade e bondade. Precisamos aceitar e cumprir a responsabilidade que o Rebe nos atribuiu, que ele continua a nos dar — a de entrarmos completamente e de todo o coração na “guerra”, aceitarmos não menos do que a “vitória” completa e total — isto é, estudar sobre Mashiach, ensinar sobre Mashiach, viver como se Mashiach já estivesse aqui diante de nós, até vencermos, até trazermos Mashiach e a Redenção para uma realidade física.

Vamos concluir esta mensagem — se D’us quiser, a última no exílio e a primeira na Redenção — como Rebe concluiu no discurso que proferiu no ano em que se pranteou seu predecessor, em 1950: o que resta é simplesmente reunir nossas forças, nossa coragem, nossas convicções para sermos vitoriosos na guerra, e o Rebe nos conduzirá para saudarmos Mashiach.

Que assim seja a vontade de D’us que nós — todo o povo judeu, na verdade, a humanidade inteira — cumpramos a missão que o Rebe nos deu. Possam nossos esforços e nossa dedicação alcançar a verdadeira e completa Redenção, de forma que possamos, da maneira mais aberta e revelada, saudarmos nosso justo Mashiach.