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28 — O PAPEL DAS NAÇÕES (II)

Numa mensagem anterior, discutimos o papel das nações na vinda de Mashiach, explicando que o não-judeu tem um papel ativo em trazer a Redenção completa e final. As nações do mundo, ao darem assistência ao povo judeu para que estude a Torá e cumpra os mandamentos, adiantam o processo de Redenção. Os esforços ativos dos não-judeus, ou seja, dando apoio e encorajamento para que os judeus façam mitsvot, se tornarão mais abertos e revelados quanto mais próximos chegarmos de Mashiach.

Mas, além da assistência que as nações do mundo dão ao povo judeu, as próprias nações, por meio de suas próprias ações, também podem revelar que existe “um Mestre deste Universo”. Especificamente, atos de bondade e caridade reconhecem o propósito espiritual mais elevado dentro de toda a criação; propiciar educação, não somente nas habilidades fundamentais, mas especialmente nos valores morais universais, torna o mundo civilizado e refina o indivíduo; e uma generosidade aberta para com os pobres e necessitados cultiva a humildade, transformando o egoísmo em submissão à vontade do Criador. Desta maneira, o não-judeu reconhece e proclama que existe um Senhor no universo. Assim sendo, os esforços de todas as pessoas nestas áreas de bondade, educação moral e caridade preparam o tempo em que “a Realeza será do Senhor”, na verdadeira e completa Redenção.

A situação atual, na qual a maioria das pessoas se esforçam para dar ao mundo bondade, gentileza, moralidade e tsedacá, difere dramaticamente de outras eras. Então, precisamente e somente o povo judeu, mesmo sendo a menor das nações, estarão preparando este mundo para ser uma moradia, um lar, para a Divindade. Em contraste, as demais nações procediam de modo cruel uma para com a outra. Cada qual perseguia egoisticamente seu próprio lucro ou gastava tempo tentando conquistar seus vizinhos. Hoje, porém, ostensivamente e de uma maneira revelada, vemos como o mundo mudou, como as nações, algumas de caso pensado, outras sem intenção, ajudam a pavimentar o caminho da Redenção, disseminando e ressaltando os conceitos de caridade e educação. A dedicação a estes dois princípios é o fundamento para civilizarmos o mundo.

Os Estados Unidos, por exemplo, enviaram muitos soldados para ajudar refugiados em lugares devastados pela guerra ou por desastres naturais. Aviões destinados à batalha e à conquista, tornaram-se veículos para o transporte de alimentos, roupas e medicamentos. Os cidadãos dos Estados Unidos generosamente doam alimentos e roupas para ajudarem os povos pobres, em particular crianças, para aliviá-las do frio, da fome e da doença. E muitos outros países, mesmo aqueles com recursos mais limitados, de bom grado se unem a estes esforços humanitários.

A solidariedade é agora óbvia e arraigada: quando as pessoas vêem como outras sofrem — ainda que longe — sem com elas terem nenhuma ligação anterior, o mundo todo se mobiliza para ajudar. Nações como os Estados Unidos, o Canadá e outras, que não esperam que se lhes peça para oferecerem assistência, atuam de acordo com os mais elevados princípios de tsedacá — a retidão. A afirmação profética de Isaías, descrevendo o tempo de Mashiach, está se tornando verdade: eles transformarão suas espadas em arados.

Vemos, também, uma renovada ênfase no outro grande princípio destinado a civilizar o mundo, tornando-o um lugar de bondade, preparando-o para a santidade e a Redenção. Nos últimos anos, cada vez mais os políticos passaram a se preocupar com a educação, particularmente a educação moral. Eles percebem — e o povo o exige — grandes mudanças para melhor que acontecem quando a educação é fortalecida e enfatizada, quando os jovens e os velhos se dão conta da importância do conhecimento, respeito, empenho e disciplina. Além disso, também os educadores e os líderes perceberam que o verdadeiro sucesso na educação depende do conhecimento e do reconhecimento que a criança tenha de que há um Criador e um Guia para o mundo.

As revoluções silenciosas, pacíficas, de âmbito mundial de caridade e educação nada têm de novo para o povo judeu, que sempre foi conduzido pela Torá e pelas mitsvot. A verdadeira inovação, no entanto, é que exatamente estes conceitos, que demonstram e declaram que existe um “Mestre da casa”, estão se tornando mais característicos das nações, e sua prática mais comum entre os não-judeus.

O envolvimento dos não-judeus para trazer Mashiach vai além da prática e da promoção destes conceitos em larga escala. Os pequenos atos, o sorriso extra, o aperto de mãos adicional, a moedinha a mais, o minuto a mais — tudo se acumula e tem influência que está além de uma simples medida quantitativa. Todo dia, muitas coisas acontecem para pessoas que, acostumadas a aprender sobre a bondade e a caridade que devem permear o mundo todo, podem transformar este nosso mundo num “lugar habitável lá embaixo”, revelando a Divindade interior e trazendo Mashiach.