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2 — QUÃO
FUNDAMENTAL É A CRENÇA NA VINDA DE MASHIACH? O
judaísmo tem muito a dizer sobre numerosos assuntos, todos eles
integrantes do pensamento e da crença judaicos. Mas quais são os
fundamentos de nossa fé? Quais são os ideais básicos? O grande
codificador e filósofo Maimônides enumerou 13 princípios fundamentais
que formam o próprio cerne e a essência do judaísmo. Estes 13 princípios
têm sido aceitos de modo tão universal, que praticamente todos os
livros de orações os incluem como parte do serviço. Um destes
fundamentos de fé é a crença na vinda de Mashiach.
Além
disso, durante séculos — milênios — os judeus de todas as formações
compuseram e recitaram numerosas orações exprimindo a esperança e a fé
na vinda de Mashiach.
Por
exemplo: uma das mais sagradas e comoventes orações é o Cadish.
Em sua tradução simples, acima de tudo, exige a vinda imediata de
Mashiach, quando a presença de D’us a todos Se manifestará.
A
Torá, os Cinco Livros de Moisés, refere-se implicitamente à vinda de
Mashiach e à Era Messiânica, a ela aludindo muitas vezes. Os profetas
são ainda mais explícitos, sendo abundantes em suas profecias as referências
e detalhes. O livro de Isaías, por exemplo, é quase inteiramente
dedicado ao ideal messiânico. Numerosos costumes e leis judaicos
exprimem a crença na vinda de Mashiach. Na conclusão de toda cerimônia
de casamento, tradicionalmente quebra-se um copo, para nos lembrar que
— a despeito da alegria pessoal do momento — e não existe celebração
maior do que um casamento judaico — ainda estamos no exílio. O povo
judeu ainda está disperso pelo mundo, o Templo ainda não foi reconstruído,
o anti-semitismo e os conflitos ainda predominam no mundo. Como pode ser
completa nossa alegria enquanto Mashiach não chega?
E
no clímax do Sêder de Pessach, a celebração de nossa liberdade, nosso êxodo
da escravidão, abrimos a porta para o Profeta Elias, esperando que este
ano ele venha para anunciar a redenção — a vinda de Mashiach,
acreditando que este ano estaremos em Jerusalém. Como pode nossa
celebração, nossa liberdade, serem completas sem Mashiach?
Todo
sábio e erudito, todo código legal e comentário, referem-se a Mashiach como
uma realidade iminente. Os rabinos contam histórias sobre Mashiach,
adiam decisões legais até a vinda de Mashiach; as pessoas comuns, também,
sabiam que logo Mashiach viria. Suas palavras, suas ações, seus sacrifícios,
tudo antecipava Mashiach. Vendo uma raposa correndo em meio às ruínas
do Templo, Rabi Akiva riu, sabendo que isto significava que logo se
seguiria a redenção. Os judeus sacrificaram suas vidas por sua fé,
cantando Aní Maamin
— eu acredito com fé perfeita que Mashiach chegará.
Até
que ponto a fé em Mashiach é fundamental? Maimônides declara que crer
em Mashiach e crer na Torá e na profecia de Moisés são a mesma coisa,
citando a Torá: “D’us retornará e os reunirá. Se seus dispersos
estiverem no mais extremo dos céus, D’us os trará”.
Não é de admirar, então, que — tradicionalmente — desde o começo de nosso exílio, quase dois mil anos atrás, sempre que um sermão era proferido, ou uma aula seja dada, independentemente do assunto particular ou da ocasião determinada, o orador invariavelmente concluía com uma prece no sentido de que logo merecêssemos o cumprimento da promessa final de D’us — a vinda de Mashiach, rapidamente, em nossos dias.
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