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We Want Mashiach Now!

Ad Matai!

A Realidade da Torá

KFAR CHABAD (ISRAEL) — Rabino Levi Yitzchak Ginsberg.

Estamos nos “trinta dias antes do dia sagrado”, o grande dia de Yud Shevat, “o décimo é sagrado”, “Rosh HaShaná para Hitkashrut”. O Rebe próprio referiu-se a estes trinta dias numa sichá durante os sete dias de regozijo após Hei Tevet, como dias de preparo para Yud Shevat. Isto é especialmente significativo neste ano — o qüinquagésimo ano de liderança do Rebe. A liderança começou em Yud Shevat, 5710 (1950). Em 11 de Shevat (o primeiro dia completo depois da histalkut) foi o início da liderança depois da histalkut, e em 11 de Shevat de 5711 tudo se tornou oficial (ver sichá de 22 de Shevat 5752).

Os preparativos começam com Shabat Parashat Vayigash elav Yehudá”, uma parashá que descreve e enfatiza que Yehudá aproximou-se de Yossef. Primeiro ele recebeu de Yossef e depois recebendo de Yossef a ponto de, unidos, eles atingirem um estado que é descrito haftará como a união do “ramo de Efrayim” (Yossef) e o “ramo de Yehudá”. “Um rei reinará sobre todos”, e esse rei será de Yehudá.

Se alguém pensou que a conexão entre Yossef e Yehudá, que são mencionados na parashá ao Yossef e Yehudá de nossa geração é exatamente como as excitantes imaginações de um chassid, o próprio Rebe MH”M explica num Dvar Malchut da Parashat Vayigash, 5752, que o “Yossef de nossa geração é o Rebe Rayats (cujo primeiro nome é Yossef) Nassí Doreinu, e também temos Yehudá, Mashiach, que logo chegará.

Inicialmente Mashiach recebeu assistência e força do Yossef de nossa geração (assim como Yehudá precisou de Yossef no início da parashá), mas por intermédio disso, revela-se a grandeza de Yehudá — a sefirá de Malchut, que é muito mais elevada do que a de Yossef. Mediante sua conduta de não computar de modo algum as limitações mundanas, mesmo quando ainda no Exílio, alcançamos a Redenção final, quando “meu servo David será para sempre o nassí deles”.

Nesta surpreendente sichá (da qual cada parágrafo faz o coração bater mais acelerado, especialmente quando o cronograma era tão estranho — uma sichá de Purim em Shabat depois de Chanucá!) prossegue o Rebe explicando o exemplo para esta conduta de Yehudá, ao descrever o “desejo da Haman” para atender ao “desejo de Mordechai”.

Haman proclama que temos de levar em conta o mundo e o Exílio. Sim, temos de obedecer ao Shulchan Aruch, mas sua abordagem consiste em conciliar-se com as leis da natureza e com o Exílio.

Mordechai, por outro lado, sustenta que um judeu “não deve dobrar-se ou curvar-se” ante o que quer que seja. A única coisa que existe é “ein old milvadó” (nada existe a não ser Ele). Ele “nega a avodá zará (a idolatria)”, “avodá que é zará” (estrangeira) a ele, tudo aquilo que seja estranho ao único e exclusivo ponto — “Aní nivreti ela leshamêsh et koni” (não fui criado a não ser para servir meu Criador).

Hashem dá a todo judeu uma escolha, quer seja agir como Haman — levar em conta o mundo e o Exílio — ou como “Mordechai” — não se conciliar com ele de jeito nenhum. Todo judeu pode ser tanto o “ish Yehudi” e o “ish tsar veoiêv” ao mesmo tempo, isto é, agir de uma maneira que não leve o mundo em conta (como Mordechai) mesmo quando envolvido com o mundo (como Haman).

Esta é a diferença entre a força de Yehudá e a força de Yossef. Ainda que Yossef governasse o Egito, era uma força que operava de acordo com as regras do mundo e do Exílio. Afinal de contas, o Faraó o designara e lhe era superior.

Por outro lado, Yehudá, que sabia ser Yossef o governador absoluto que podia puni-lo por sua “chutspá”, aproximou-se dele sem permissão e falou-lhe asperamente sem se preocupar com as repercussões e foi bem-sucedido no salvar Binyamin.

Com essa força de Yehudá, que é superior à de Yossef, permanecemos fortes no Exílio mesmo que, de início, precisássemos da ajuda de Yossef. Com tal força, alcançamos a Redenção final na qual Yehudá é principal, como está dito na haftará.

Prossegue o Rebe, dizendo: Nisto vemos a novidade desta geração. Se as gerações precedentes tinham limitações externas que não permitiam a um judeu agir sem nada levar em conta, em nossa geração podemos realmente experimentar isto (se bem que estejamos tão acostumados a isto que nada vemos de especial nisso).

Ao longo de todas as gerações anteriores os gentios perseguiram os judeus e fizeram tudo que podiam fazer para impedirem os judeus de cumprirem sua shelichut. Vemos em nossa geração como não só os gentios não nos perturbam, mas como até nos ajudam. Este comportamento está se alastrando mesmo naqueles países onde isto era completamente inusitado antes. Hoje um judeu pode executar seu trabalho de disseminar a Torá e a Chassidut sem nenhum problema, seja qual for, em qualquer parte do mundo, e chega mesmo a ser ajudado!

A razão disto, diz o Rebe, se deve ao fato de estarmos tão próximos da Redenção que o mundo está pronto para ela. Tudo que resta a fazer, para um judeu, é abrir os seus olhos e ver como o próprio mundo exige que os judeus estejam num estado de Redenção.

Diz o Rebe: Por esta razão, primeiro existe a força do “Yossef de nossa geração”, o Rebe Rayats, que faz com que caminhemos, e depois há também o Yehudá, que virá (primeiro) com a ajuda de Yossef, mas depois ele assumirá e ultrapassará as normas do mundo. Com esta abordagem, alcançamos o estado da Redenção final. Em resumo, isto conclui a sichá.

Em outras palavras, mesmo na “geração de Yossef”, ainda não tínhamos plena liberdade para os judeus, e ainda não estávamos acima de todas as regras deste mundo e do Exílio. Ainda havia perturbações exteriores, e ainda não era possível agir de uma maneira tão forte que ultrapassasse a norma. O fato de, em nossa geração, um judeu ainda poder se manter firme sem levar em conta o mundo, deriva do fato de estarmos na sétima geração. Temos Mashiach, que representa a idéia de Yehudá, que primeiro vem com a ajuda de Yossef. Através de Mashiach todo judeu tem a capacidade de erguer acima das regras do mundo e do Exílio e chegar à consecução da Redenção.

Em outras ocasiões (incluindo a última semana), temos falado sobre como trazer para a terra — mais do que em outras gerações — a Presença Divina. Literalmente, em nossa geração podemos ir onde quer que queiramos. Temos acesso ao rádio, a computadores, ao vídeo, a satélites, à Internet, e assim por diante, e fazemos com que estas próprias coisas se tornem fontes para a Torá, o judaísmo e a Chassidut, de tal forma que mesmo alguém escondido através de grossas paredes de pedra e ferro possa obter os próprios mananciais.

É em nossa geração que testemunhamos como vários recursos tais como quadros de avisos, adesivos gigantes, etc., são utilizados para divulgar bessurat ha’Gueulá e para expressar as idéias chassídicas básicas. E, como mencionamos, vimos o “refinamento da kelipá da democracia”.

Outro ponto (que talvez não tenha sido suficientemente enfatizado em artigos anteriores) pode ser visto em como os judeus encaram os piskei dinei Torá e a observância das mitsvot. O Rebe revolucionou ambas as áreas:

No passado, se alguém era roubado, ch’v, esse alguém ampliava seu sistema de segurança, etc., enquanto que hoje, entre todos os grupos de judeus, é a coisa mais natural do mundo verificar os tefilin e as mezuzot. Apoiar-se na Torá e nas mitsvot é considerado por muitos como o receptáculo para merecer berachot begashmiyut — algo que o Rebe nunca deixou de assinalar em suas sichot e, em especial, em suas cartas.

Hoje isto se tornou muito aceito por todos os judeus, de tal forma que mesmo no mundo dos esportes sabe-se que divulgando bessurat ha’Gueulá ajudará a vencer a partida!

E se alguma vez as pessoas não apreciaram o poder de um psak din de rabanim — o poder que a Torá lhes concede, de modo que o que eles decidissem assim seria — o Rebe fez isto se tornar rotina e natural, quando solicitou que tratassem cada tópico individual e decidissem a halachá. O Rebe ressalta todas as vezes como o psak din de rabanim afeta o mundo a ponto de mudar a realidade física de forma a ela ficar de acordo com a Torá.

Sim, o fato de a Torá legislar sobre o mundo e o fato de a natureza mudar de acordo com a Torá já apareceu em Chazal e no Shulchan Aruch, onde encontra uma aplicação prática; no entanto, isto não penetrou nos judeus no mundo em geral (mesmo os religiosos). Não é desta forma que eles se relacionam naturalmente com o psak din de rabanim, porque, com todo o respeito, disseram eles, não cabe aos rabanim manifestarem opiniões em questões que não estejam sob a sua jurisdição. Que eles fiquem às voltas com a Torá e decidam sobre as questões haláchicas que lhes forem propostas.

A inovação do Rebe é que a Torá tem algo a dizer sobre qualquer tópico que seja. O Rebe chegou mesmo a enviar pessoas a rabanim para fazerem perguntas pessoais, porque eles quando decidem o din, isto tem o poder de mudar as coisas e de trazer a realidade do mundo alinhada com a Torá.

Isto conduziu ao histórico psak din segundo o qual tinha o chegado o tempo da Redenção, que foi assinado pelos rabanim liderados por Rabino Marlow, a”h, em Motsaê Shabat Parashat Vayigash, 5747 (continuando a sichá na qual o Rebe estabeleceu que tinha começado uma nova era em que a única coisa que restava é “preparar-se para construir o Terceiro Beit HaMicdash e para a Redenção”).

Este psak din foi lido pelo Rebe no Dez de Tevet daquele ano, e o Rebe destacou como este psak din afetou o mundo de muitas maneiras e que por causa do psak din o mundo está se voltando para a justiça e para aquilo que é correto.

Desde então têm havido mais e mais ordenamentos haláchicos tratando deste assunto, incluindo o famoso psak din imediatamente após 28 de Nissan de 5751, quando rabanim do mundo todo afirmaram que o Rebe é Melech HaMashiach e que ele precisa vir e redimir o povo judeu. Esse psak din foi lido (pelos rabinos David Nachshon e Avi Taub) em todos os sagrados túmulos dos Rebeim. Tinham eles diretivas e respostas específicas do Rebe e “teshuot chen” (muitos agradecimentos) a todo passo que davam.

Mais tarde, na famosa sichá de Parashat Mishpatim, 5752, referiu-se o Rebe ao psak din que estabelece que o tempo da Redenção chegou e que já temos “um rei da casa de David”, “bechezkat shehú Mashiach”, até “Mashiach Vadai”, e ele mostrou como esse psak afetou e continua a afetar o mundo, e trouxe o desmantelamento das armas das superpotências, que é trabalho de Melech HaMashiach.

Seguindo-se a isto, houve o psak din que foi lido no 770 em Yud Alef Nissan, 5752, pelo Rabino Pinchas Hirshprung, a”h, dizendo que o Rebe é Melech HaMashiach e que Hashem precisa enviar uma rápida recuperação e tirar-nos do Exílio.

Houve depois os rabanim que foram ao Rebe em Simchat Torá, 5753, com o psak din, que foi recebido com felicidade, com a resposta de “amên”, seguindo-se a isto o encorajamento aberto do canto de “Yechi” aos olhos da mídia, etc.

Até o mais recente psak din no qual o fato de o Rebe ser um profeta é estabelecido e que precisamos ouvi-lo, junto com o fato de que ele é Melech HaMashiach e precisa vir e redimir-nos a todos.

Tudo isto sublinha mais ainda como o Rebe MH”M é Yehudá, aquele que faz coisas de uma tal forma que está acima das maneiras naturais do mundo, e, ao mesmo tempo, ele “traz para dentro” as maneiras naturais do mundo.

Precisamos assumir a responsabilidade (como dito na sichá) de seguir os caminhos de Yehudá — sem sermos dissuadidos pelo que quer que seja — no “único trabalho que resta: cabalat p’nei Mashiach [saudar Mashiach na prática]”, que resultará na revelação do Rebe MH”M imediatamente!

Yechi Adoneinu Moreinu VeRabeinu Mélech HaMashiach Leolam Vaed!

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