Home | Editoriais | Matérias | Opinião | Histórias | Links | Expediente |
Você Pensa que Você Tem Oposição? KFAR CHABAD (ISRAEL) Rabino Levi Yitzchak Ginsberg.Uma vez, num farbrenguen, ouvi uma história de um velho chassid (que deseja permanecer anônimo) contada em nome de Reb Avraham Duchman, a”h, que a tinha ouvido de Reb Mordechai Yoel, a”h, que acredito ter sido um aluno de R’ Isaac de Homil. Nos primeiro anos, quando a Chassidut Chabad estava sendo introduzida, houve forte oposição por parte dos guedolei haTorá (eruditos da Torá) contra o Alter Rebe. Por conta deste conflito, os chassidim do Alter Rebe sofriam nas mãos dos mitnagdim. Alguns dos chassidim descreveram suas agruras ao Alter Rebe, queixando-se: Por que tinham de sofrer tanto dos oponentes, quando — afinal de contas — estavam procurando a verdade? O Alter Rebe respondeu: “Vocês chamam isto de oposição? Todos os que rezavam na grande Sinagoga da cidade de Praga se opunham ao Baal Shem Tov. Esse shul tinha 200 assentos só na parede leste, e os únicos que tinham o direito de lá se sentarem em Shabat eram aqueles que claramente tinham rúach hakodesh (o espírito de profecia)! Isto significa que havia um especialista em rúach hakodesh na Sinagoga que identificava os outros baalei rúach hakodesh e permitia que eles se sentassem lá! E todos eles, todos aqueles gaonim e tsadikim e baalei rúach hakodesh, firmemente opunham-se ao Baal Shem Tov! Isto é o que corretamente se pode chamar de oposição. A oposição de hoje, no entanto, nada é em comparação. Por que prestar qualquer atenção? * * * Estamos nos aproximando de Guimel Tamuz e temos de nos preparar adequadamente para este dia especial. Visto que os preparativos devem se assemelhar àquilo a que estamos nos preparando, precisamos já viver a atmosfera deste dia sagrado, o dia que o próprio Rebe estabeleceu como um Dia de Redenção. A verdade deste assunto é que, ao longo do ano, a todo momento, estamos constantemente num estado de preparativos, sabendo que o Rebe MH”M está para ser revelado e que ele examinará o que cada um de nós fez, o que dissemos e o que pensamos, e até que ponto foi nosso parceiro no “único trabalho que resta a ser feito, saudar nosso justo Mashiach”. Mas, visando manter este estado de espírito, precisamos — de tempos em tempos — de renovação e de inspiração. Portanto, quanto mais perto estivermos de Guimel Tamuz, mais precisamos renovar nossa inspiração, e mais ainda precisamos renovar nossa contemplação do que está acontecendo conosco em particular e no mundo em geral, para vivermos com aquilo que o Rebe MH”M hoje exige de nós. Por mais que tentemos evitar lidar com a questão da essência do dia e como nos relacionarmos com ele, precisamos nos abastecer com as respostas. Assim é, a despeito do fato de que em geral não nos orgulhamos de nossa profunda compreensão. Por menos que saibamos, ainda precisamos voltar à pergunta sobre a essência do dia, visto que isto não é só teórico: nossa própria preparação para Guimel Tamuz será determinada pela resposta. É óbvio para todos que na preparação para Guimel Tamuz precisamos pesquisar na Torá do Rebe, que é um “antegosto e uma preparação para a ‘nova Torá que sairá de mim’”. Precisamos também fortalecer nosso cumprimento das diretivas do Rebe, tais como estudar Chitas e Rambam, ampliando nosso envolvimento com os outros, e especialmente divulgando a bessurat haGueulá, a proclamação do Rebe da iminente, verdadeira e completa Redenção. Lógico que não devemos nos satisfazer apenas com palavras (por mais importantes que sejam); antecipar a Redenção deve ter um impacto sobre nossas vidas e nossa conduta. Precisamos “viver com Mashiach”. Visto existirem aqueles que cogitam acrescentar hábitos adicionais em conexão com Guimel Tamuz — imaginando que, se não ajudar, pelos menos não machucará — precisamos nos lembrar, e aos outros, de que, até certo ponto, somos nós que estabelecemos o caráter do dia e como ele se relaciona conosco. Pois, como dissemos, não estamos tentando explicar aquilo que está além de nossa compreensão, mas, ao mesmo tempo, não podemos simplesmente desconsiderar tudo isto dizendo apenas que não o entendemos. Temos de fazer alguma coisa, e é um privilégio e uma obrigação examinar o que Guimel Tamuz significa. Em resposta à pergunta sobre se se deve dizer Tachanun em Guimel Tamuz, o Rebe escreveu: depende dos seus sentimentos. Mas o simples fato de a pessoa estar perguntando, acrescentou o Rebe, ilustra que ela não tinha o sentimento. O Rebe também disse: na famosa sichá de Parashat Ékev, 5713, em conexão com a histalkut (falecimento) do Rebe Rayats: A
cada um de nós é mostrado aquilo que queremos ver. Quando um chassid
interpreta a histalkut de um Rebe literalmente, e quer ver a elevação
do Rebe, lá para o alto, e que o Gan Éden
HaTachton (o Céu Inferior) é baixo demais para ele, e que mesmo o Gan
Éden HaElion (o Céu Superior) não se adequa ao seu nível, visto que ele
é mais elevado ainda que o sétimo Céu — quando um chassid encara desta
maneira o Rebe, então Hashem, Cuja natureza é fazer o bem, mostra a esse
chassid que o Rebe está, na verdade, bem lá no alto, mais alto até do que o sétimo
Céu. Mas
quando um chassid interpreta a histalkut do Rebe como o fez o Rebe no maamar
“Bati Leganí”, essa “histalkut” significa elevação
mas o Rebe ainda está aqui em baixo, então, lá do Alto, é mostrado a ele
como o Rebe na verdade está aqui em baixo, e o chassid vê com os seus próprios
olhos toda a influência que afeta o mundo por intermédio do Rebe. [Claro que o Rebe propriamente dito está em toda parte e qualquer separação percebida só o é da perspectiva de alguém que o quer ver desta maneira. O Rebe se preocupa com todos os detalhes de todas as pessoas, como alguém cuidaria de uma criança nascida de pais idosos, e muito mais do que isto! E o bom comportamento de uma pessoa acrescenta-se, digamos assim, à sua saúde física, e, semelhantemente, com relação ao contrário, chas veshalom. A vida e a saúde do Rebe não são apenas físicas. Sua vida física é Divindade e espiritualidade, mas o propósito de Mashiach (e dele, o propósito de todo o mundo) é que sua vida física seja uma com a Divindade e a espiritualidade, sem nenhuma cisão (porque, com relação a isto, seu corpo não é uma limitação). E o sentimento de separação que de nós provém, o sentimento de que o Rebe está muito longe e lá muito no alto, que é como o Rebe se conduz em relação àqueles que optam por assim se relacionarem com ele, não muda o fato de que o Rebe está na verdade bem próximo.] Quem encara Guimel Tamuz como um yom hilula certamente mantém uma ligação com o Rebe, mas o Rebe lhe aparece — como quer esta pessoa — distante, como se estivesse lá no alto, com toda a elevação de alguém que está no alto, mais alto até do que o sétimo Céu. Mas para alguém que quer o Rebe aqui conosco, o Rebe permite que esse alguém sinta quão perto ele está. E por esta mesma razão ele obviamente não fica satisfeito, chas veshalom, com a situação, a despeito do sentimento e da confiança e de certo conhecimento de que o Rebe MH”M está tão perto dele. Disse o Baal Shem Tov num versículo em Tehilim — “Uma oração do homem pobre...” — que quem é pobre e não compreende nada (mesmo que seja por sua própria culpa que ele não tenha atingido seu nível potencial de sabedoria ou conhecimento, não obstante, é justamente essa mesma condição que lhe permite atingir o nível de “pobre” em seu sentido elevado) não pode ser afastado do rei que tenha quer fortuna material, quer espiritual. Ele só tem uma coisa em mente — o próprio rei. Por outro lado, o homem rico pode ficar confuso. Pode lhe ser dado dinheiro e ele pode ficar satisfeito com isto e nem mesmo procurar o rei. O próprio desejo do homem pobre, que nada mais quer a não ser o próprio rei, nos leva à plena revelação do rei, Rei Mashiach, e por meio de Mashiach, à plena revelação de Hashem Próprio. E mesmo que haja quem não concorde com isto, entre eles guedolim e pessoas de tremenda influência, o Baal Shem Tov e o Alter Rebe tiveram oponentes maiores mas mesmo assim não foram dissuadidos. Yechi Adoneinu Moreinu VeRabeinu Mélech HaMashiach Leolam Vaed! |