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We Want Mashiach Now!

Ad Matai!

Desobedecendo a Ordens

KFAR CHABAD (ISRAEL) — Rabino Levi Yitzchak Ginsberg.

Consideramos uma coisa muito estranha quando estudamos a explicação do Rebe sobre o pedido de Moshé Rabeinu, as 515 tefilot, de lhe ser concedida permissão para entrar em Erets Yisrael. Repetidas vezes Hashem negou-lhe permissão, até que Ele finalmente disse: “Basta para você! Não continue a Me falar de novo sobre isto!”

Esta foi uma ordem direta do Próprio Hashem. Para quem? Para Moshé Rabeinu, o epítome de submissão, que não tinha vontade própria (“E quem somos nós?”; “Nada do que Moshé dizia vinha de seu próprio coração, somente de Hashem.”; “A Presença Divina falava pela garganta de Moshé.”)

Mas Moshé abertamente desobedeceu a esta ordem! Não parou de rogar e de implorar a Hashem que lhe permitisse adentrar Erets Yisrael mesmo depois de lhe ter sido dada uma ordem explícita.

Como disse o Rebe (em Sêfer HaSichot 5751, vol. 2, págs. 729-30, tradução livre):

Mesmo depois de Hashem lhe ter dito, “Não continue a Me falar de novo sobre isto”, é altamente duvidoso que Moshé tenha ouvido, pois existe uma regra que diz “Faça tudo que o anfitrião disser, menos para ir embora”. Se assim for, mesmo quando o verdadeiro anfitrião (Hashem) disse a Moshé “para ir embora”, é razoável admitir que Moshé foi mosser nefesh e continuou a pedir que lhe fosse permitido adentrar a Terra Prometida.

Mesmo que Moshé, por meio de suas tefilot, pudesse ter chegado a adentrar Erets Yisrael (e certamente que ele o poderia ter feito visto ser ele o pastor fiel, o verdadeiro Rebe, o verdadeiro mestre da Torá para o povo judeu), ele não deixaria a Galut sem seus talmidim (como declara a halachá, que “quando um estudante é exilado, seu mestre é exilado com ele”. Antes, sua perfeita Gueulá é expressa pelo fato de todos os seus alunos estarem juntos com ele (da mesma forma que se diz que “quando um professor é exilado, sua yeshivá é exilada com ele”). Portanto, a tefilá de Moshé para entrar na Terra seguramente incluía os judeus de sua geração.

Como isto é possível!? Como poderia Moshé, exemplo máximo de auto-anulação, se opor a uma ordem direta do Próprio Hashem?!

Explica o Rebe:

Visto que isto está relacionado com a entrada em Erets Yisrael e a Gueulá, mesmo ele tendo conhecimento do decreto, Moshé tudo fez — recitando repetidas vezes 515 orações, na esperança de que Hashem anularia o decreto e lhe permitiria adentrar a terra com o povo judeu.

Visto que era algo tão crítico, Moshé Rabeinu foi mosser nefesh (uma messirut nefesh espiritual, o que é algo mais duro — especialmente para ele, Moshé Rabeinu — do que messirut nefesh física) e se opôs a uma ordem explícita de Hashem, visando conduzir o povo judeu para a terra com a Gueulá final...

Aqui temos uma lição para todas as gerações — relativa à extensão de Moshé Rabeinu em cada geração, incluindo o Moshé de nossa geração, o Rebe Anterior, e também com referência ao aspecto de Moshé que está dentro de cada judeu — que precisamos desconsiderar todas as tefilot anteriores, e pedirmos repetidas vezes para Hashem: “Ad Matai!”...

Certo de que a tefilá e o pedido são prontamente atendidos, sob a fomra de um matnat chinam..., que não se compara com a avodá investida. A Verdadeira e Completa Redenção vem por meio de Mashiach Tsidkeinu, “o primeiro redentor é o redentor final”, e todos os judeus adentrarem Erets Yisrael com a Gueulá eterna, e o eterno Terceiro Beit HaMicdash — que está construído e pronto lá no Alto — descer.

Recusar-se a seguir ordens é uma questão muito séria — mesmo para os gentios. Um exército funciona segundo o princípio de cabalat ol. Nenhum exército pode funcionar sem ele. As únicas situações em que um soldado pode — ou deve — recusar-se a seguir ordens são instâncias extremas em que é absolutamente certo que a ordem que foi dada é completamente ilegal.

[Para ilustrar: os nazistas não podem se eximir dos sérios crimes que cometeram afirmando que estavam simplesmente seguindo ordens. Essas ordens eram acintosamente ilegais e imorais e estava-se proibido de segui-las. Assim também, lehavdil, o psak din de Rabanim em Erets Yisrael de que os soldados devem recusar “ordens” para desmantelar assentamentos e coisas do gênero.]

Assim, a pergunta ganha mais força ainda quando falamos de Hashem, que é a verdade absoluta, e Cujas ordens jamais se podem dizer que sejam falhas — como é possível que Moshé Rabeinu se recusasse a ouvi-las? Isto se tornou parte da Torá, que significa “ensinamento”. Traz, portanto, uma lição eterna para as gerações vindouras!

Daí vemos que existem situações — ainda que sejam raras — que exigem messirut nefesh especial para se fazer algo que, aparentemente, parece ser contrário à vontade de Hashem, mas que na verdade é o que Hashem realmente quer. O que acontece é apenas que Hashem quer que a pessoa esteja preparada e desejosa de abandonar alguma coisa — incluindo sua ruchniut e sua gashmiut — para cumprir a vontade de Hashem.

Como lemos na Sichá de Beshalach, 13 de Shevat de 5711 (Torat Menachem — 5711, vol. 1, pág. 221, tradução livre):

Visto que o Rebe Maharash era uma pessoa muito ordenada [e mantinha um cronograma rigoroso], e dado que seus chassidim, por conseguinte, sabiam exatamente quando ele saía para seu passeio diário, enquanto seu Rebe estava passeando, seus chassidim (deixavam alguém de guarda para preveni-los quando o Rebe estivesse voltando) e entravam para copiar os escritos do Rebe sobre Chassidut.

...O Rebe Anterior relatou que ele fez a mesma coisa com seu pai (o Rebe Rashab). Uma vez, seu pai pegou-o em flagrante copiando seus escritos e disse: “Será que não sou baal habayit nem mesmo em minha própria casa?”

O Rebe Anterior ficou muito compungido com este comentário, e pediu um tikun. Pouco depois, seu pai lhe deu acesso a seus escritos e quando ele partiu para uma viagem, seu pai entregou-lhe as chaves que davam acesso aos armários.

À primeira vista, isto não é compreensível; o Rebe Maharash provavelmente admitia, ou sabia, que seus escritos estavam sendo copiados enquanto ele estava fora, pois conhecia o Rebe Rashab e sua admiração pela Chassidut. Assim, se ele não queria que ele copiasse seus escritos, poderia tê-los guardado de uma maneira que tornasse impossível copiá-los. Mas, por outro lado, se ele não se importasse que fossem copiados, ele poderia lhes ter dado permissão para fazê-lo. Por que, então, o ato de copiar tinha de ser feito daquela maneira?

Pode-se perguntar o mesmo com relação a copiar os escritos do Rebe Rashab. Por que é que foi feito assim, sem permissão?

A resposta deriva de um problema semelhante discutido no segundo Maamar dito depois da série de Maamarim sobre Rosh Hashaná: a razão pela qual Yaacov obteve berachot de Yitschak de uma maneira dissimulada é a seguinte: visto que as centelhas de santidade que caíram aqui em baixo mediante o pecado do Fruto do Conhecimento [também] vieram de uma maneira dissimulada, como se diz: “e a serpente era astuta...”, portanto, Yaacov (que é assemelhado a Adam HaRishon) elevou-os de uma maneira desonesta tomando as berachot de Essav, como se diz: “Aja desonestamente com quem é desonesto”.

Assim, também, com relação às palavras de Rivka para Yaacov (quando ela lhe disse para fraudulentamente tomar as berachot), “sua maldição recairá sobre mim, filho” — que , caso houvesse uma maldição, ela a tomaria sobre si mesma. Que tipo de consolo é este? Qualquer filho, especialmente Yaacov, se preocupa com sua mãe. Que tipo de resposta foi esta para Yaacov? E, mesmo assim, vemos que esta resposta funcionou.

Para responder sucintamente: Quando temos de pegar algo tão elevado (como as centelhas investidas nas bênçãos de Yitschak Avínu) e de um lugar como este, que está acima do intelecto, da escolha e da vontade de quem o concede — quem o recebe também necessita ser um receptáculo adequado, sem intelecto ou razão. Tudo que a pessoa precisa é arriscar a sua vida, num ato de messirut nefesh.

Foi isto que Rivka quis significar com “sua maldição cairá sobre mim” — que estava pronta mesmo para isto. Isto exige (e só é aceito com) messirut nefesh e não com cálculos racionais. Da mesma forma, esta resposta inspirou Yaacov a agir com messirut nefesh.

Baseados nisto podemos compreender como isto também se aplica à Torá, especialmente à Pnimiyut haTorá, como no caso de copiar os escritos de Chassidut. Existe um nível mais elevado que se alcança mediante logro de kedushá, onde aquele que dá permanece sem saber e o recipiente necessita de messirut nefesh, arriscando-se a ser visto pelo Rebe.

Esta idéia de se alçar a um nível mais elevado mediante logro é explicada pelo Rebe Anterior em Bati LeGani — que a pessoa precisa transformar a tolice do “outro lado” em tolice de santidade. Porque transformando a tolice do “outro lado”, atingimos um nível mais elevado que do que se atinge por meio de avodá de sentido e razão.

Reb Mendel Furtefas, a”h, dizia: Chazal dizem que “uma mulher casher faz a vontade de seu marido”. Um chassid (que é uma “esposa” ou “recipiente” do Rebe) não pode nem deve aguardar uma diretiva explícita do Rebe para cada passo que der. Se e quando ele estiver seguro de que é a vontade do Rebe (não que ele tente introduzir seus desejos e depois racionalize que é isto também que o Rebe quer), ele tem de fazer aquilo que tem de fazer e não ser como uma criança irrequieta que tem de aguardar que lhe apontem um dedo para ter instruções exatas sobre como agir.

Como se diz no HaYom Yom de 17 de Shevat, as palavras de Chazal são “fazer a Sua vontade — e não o que Ele diz”. Quer dizer, nem sempre o desejo é expresso em palavras. Às vezes precisamos pensar e compreender o que o Rebe verdadeiramente quer, mesmo que não tenha sido declarado explicitamente. No entanto, só se pode fazer isto com a condição de ser realmente o que o Rebe quer, e não o que eu entendo e sinto e o que penso que o Rebe quer.

Naturalmente, agir sem diretivas explícitas do Rebe é extremamente perigoso. Podem ser expressos argumentos para apoiar uma opinião diferente e oposta — talvez o Rebe queira algo mais! Não obstante, existem situações em que se exige uma tal avodá, uma avodá na qual a pessoa está preparada para tudo abandonar, na medida em que a pessoa estiver segura de que este rumo de ação é aquilo que verdadeiramente se deseja.

É certamente um chamado muito de perto, e é difícil diferenciar entre anarquia e messirut nefesh. Com facilidade podemos errar, D’us nos livre, e fazermos o que nós compreendemos e sentimos, achando que é isto que o Rebe quer! Todavia, quando se exige esta avodá — e essa avodá, é, de fato, necessária para se chegar a Gueulá — somos ajudados do Alto para sabermos a coisa certa a fazer, para sermos capazes de discernir a verdade e realmente manifestarmos a Verdadeira e Completa Redenção!

Em Likutei Sichot, vol. 4, o Rebe escreve: Depois que Zimri agiu, o povo não sabia como reagir, mesmo estando ali Moshé, Elazar e os Anciãos. Pinchas, o mais jovem, disse: “...os zelosos podem tomar conta dele”. Disseram-lhe: Quem lê a carta deve cumpri-la”.

(Numa Sichá diferente, o Rebe descreve como os Chachamim não aprovaram o que ele fez e queriam excomungá-lo, e os anjos queriam empurrá-lo, e assim por diante, e as shevatim o envergonharam e assim por diante.)

Eis a lição a extrair disto: Existem coisas em relação às quais nossos líderes se mantiveram quietos e não reagiram. Nem sempre prova alguma coisa o fato de não fazermos nada e encontrarmos razões para reagir. Quem quer que pense que pode agir, deve fazê-lo. O fato de pessoas maiores do que ele não dizerem nada é talvez “para que Pinchas tome o sacerdócio” — isto é, esta é a sua porção a ser aprimorada, e atingirá a perfeição por meio dela...

Há casos em que, se você consultasse um Beit Din, você seria aconselhado a não agir contra fulano — de acordo com Shulchan Aruch; no entanto, o mesmo Shulchan Aruch diz que “o zeloso pode tomar conta dele”. No último caso, a pessoa não consulta o Beit Din, mas age de acordo com sentimentos que brotam da parte mais íntima de sua alma.

Em geral, precisamos perguntar ao Beit Din o que fazer, mas quando se trata do zelo por Hashem, seria como perder tempo formulando uma pergunta haláchica num caso de pikuach nefesh, um ato que é comparável a derramamento de sangue! Seríamos tão enormemente afetados que o fazemos por nossa própria conta, sem perguntar. Assim também, com relação ao zelo para com Hashem, que conquista a parte mais íntima de nossa alma; o zeloso não vai e pergunta ao Beit Din — seria lamentável qualquer momento perdido! Ademais, mesmo que o zeloso soubesse que o Beit Din discordaria, “o zeloso pode tomar conta dele”, e Hashem aprova, pois é uma halachá no Shulchan Aruch.

A explicação para isto é: “Nenhuma pessoa peca a menos que entre nela um espírito de tolice”. Como disse o Alter Rebe, “Um judeu nem quer, nem é capaz de estar separado da Divindade”. É simplesmente o espírito de tolice, por causa do animal dentro de nós, a alma animal, que permite que a pessoa aja como um animal (à procura de sua própria gratificação). Portanto, quando seu zelo é estimulado, ele não é motivado pela honra; antes, ele se pôe de lado. E quando uma pessoa põe de lado seu corpo e sua alma animal, ela fica só com sua alma Divina, a fonte de seu zelo; sua própria neshamá, sem a confusão de sua alma animal, age em completa harmonia com a vontade de D’us.

Vemos que quando Pinchas matou Zimri, a praga parou imediatamente. Pinchas salvou milhares de judeus de um pecado ainda mais sério, o pecado de “baal Peor”, que o Midrash diz que está constantemente acusando Bnei Yisrael, e que Moshé Rabeinu desvia — algo não dito a respeito de meu outro pecado. E disto Pinchas mereceu “meu pacto de paz”. E Pinchas é Eliyahu, que vem a todos os brit milá e que anuncia a Gueulá.

Estamos agora também em meio a uma epidemia, como disse o Rebe Anterior: Hashem lançou ao fogo as muralhas de Galut. Não temos necessidade de provas nem de explicações para isto, por ser visível para todos. Podemos ver que muitos judeus perderam-se do judaísmo. Seguem uma trilha enganosa que os conduz a se oporem a Hashem e à Sua Torá. Numa época como esta, em meio a uma conflagração, quando rapazes ou meninas judeus podem se desviar do Yidishkeit — numa época como esta, não podemos ir a um Beit Din e procurar sefarim para saber se podemos perder uma hora estudando sobre isto ou não, e outras perguntas semelhantes. É perigoso desperdiçar um minuto que seja! É hora de agir!

Em tempos como estes, cada judeu precisa acionar o zelo dentro de sua alma, o que é possível por meio do estudo de Pnimiyut HaTorá e sair de seus quatro cúbitos para ajudar judeus. Não há necessidade de participar de debates intelectuais, pois durante um incêndio não há tempo para isto. Em geral, quando se trata de ameaça à vida, é difícil convencer alguém intelectualmente. Você precisa atingir as pessoas emocionalmente — na linguagem da alma, e, assim, acender um fogo lá dentro. Então, a epidemia cessará.

Então mereceremos que Eliyahu venha “antes do grande e temível dia e retorne o coração dos pais por meio dos filhos...” e anuncie a Gueulá por meio de Mashiach Tsidkeinu, rapidamente em nossos dias.

Também na Sichá de Parashat Chukat (vol. 18, pág. 302 — tradução livre), o Rebe escreve: Existem duas formas de messirut nefesh: (1) messirut nefesh que é calculada — um cálculo de kedushá, mas ainda um cálculo; quer dizer, alguém olha o Shulchan Aruch para ver se está obrigado a messirut nefesh de acordo com a Torá. Isto é uma “chuká” e messirut nefesh na medida em que é (uma mitsvá e) limitada pela Torá e a ela vinculada, pelo intelecto, e por chochmá dekedushá.

A segunda forma de messirut nefesh ocorre quando (2) não há qualquer cálculo que seja. Este nível de messirut nefesh é chamado simplesmente de “chuká” e não de “chukat ha’Torá”, visto que provém de uma alma judia que é enraizada mais alto que a Torá... Este é o tipo de messirut nefesh que o Rebe Anterior tinha com o trabalho que fazia com as crianças de escolas...

E, na nota de rodapé 26, o Rebe diz:

Existem numerosas histórias a respeito do Baal Shem Tov e seus talmidim e sobre os talmidim do Maguid, no qual a messirut nefesh deles era tal que abandonaram seu Olam HaBá por amor a um irmão judeu. Houve a história a respeito do livro de Chassidut do Alter Rebe, que queimou num incêndio. Nele tinha sido escrita, na sagrada caligrafia do Alter Rebe, um cherem (expulsão, banimento) neste mundo e no próximo [para quem quer que o usasse sem permissão]. Depois do incêndio, o Alter Rebe perguntou se alguém havia dado uma olhada, fosse como fosse, no livro. Quando o Miteler Rebe assinalou que tinha havido um cherem sobre ele, o Alter Rebe exprimiu surpresa: “Onde está a messirut nefesh para a Chassidut!?”

Explica o Rebe que muitos guedolei Yisrael não compreendem ou concordam com esta conduta [do Rebe Anterior], em especial porque ela punha em perigo sua própria avodá sagrada, mas, visto que afetava a própria existência dos judeus e do judaísmo — ele não fez cálculos e foi mosser nefesh.

Que lhe importava abandonar sua própria vida e alma, se, em conseqüência, ele pudesse salvar o povo judeu?

Com Pinchas, existe o conceito de “é uma halachá, mas não a ensinamos”. No entanto, com o Rebe, a própria Gueulá provou que era a coisa certa, e “nós ensinamos isto”. E vemos que o Rebe Anterior ensinou isto e ordenou aos outros que o ensinassem. E foi esta avodá desta maneira que preservou a centelha do judaísmo na Rússia.

Esta avodá — a de usarmos cada momento para messirut nefesh, sem cálculos — é especialmente necessária agora, para trazer a Gueulá, como disse o Rebe (em Likutei Sichot, vol. 4).

O chidush da Gueulá é que a Luz Infinita não mais será obscurecida. Ela brilhará abertamente. Hoje, a luz está encoberta e restringida, mas, no futuro, a luz refulgirá sem ser limitada por coberturas...

Para atrairmos esta luz, o que é necessário é uma avodá que abranja o aspecto de yechidá da alma, que está acima das forças reveladas da alma...

O aspecto de yechidá, que está acima das forças reveladas da alma, é expresso numa avodá de messirut nefesh, pois messirut nefesh também está acima dos poderes revelados da alma, acima da razão. Pois não existe razão para messirut nefesh dentro do intelecto (messirut nefesh verdadeira — não por amor a uma recompensa), e a força por messirut nefesh deriva da yechidá. A avodá de messirut nefesh é, especificamente, para as gerações de Ikveta deMeshicha, visando revelar a yechidá. E, assim fazendo, atrair o aspecto de yechidá que será revelado com a vinda de Mashiach.

Esta messirut nefesh precisa ser do tipo destituído de cálculos, ilimitado. Foi esta a messirut nefesh exibida por Pinchas; porque, de acordo com a halachá, ele não teve de fazer o que fez (pelo contrário, se houvesse perguntado ao Beit Din o que fazer, não lhe teriam ensinado ou não lhe teriam dito o que fazer). Foi uma situação de “o zeloso pode tomar conta dele” — messirut nefesh verdadeira.

Esta é a conexão entre Pinchas e a Gueulá final: a Gueulá final virá por meio deste tipo de messirut nefesh, que não é medida nem calculada, a revelação do aspecto de yechidá, que trará a revelação de bechinat HaYachid.

Precisamos “viver com Mashiach”, estudar sobre Mashiach, e ensinar aos outros sobre Mashiach. Isto pode ser resumido numa sentença, pela qual o Rebe era mosser nefesh milhares de vezes por ano e meio, encorajando a nossa proclamação:

Yechi Adoneinu Moreinu VeRabeinu Melech HaMashiach Leolam Vaed!

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