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We Want Mashiach Now!

Ad Matai!

A Guerra contra Amalek

KFAR CHABAD (ISRAEL) — Rabino Levi Yitzchak Ginsberg.

Contou o mashpia, Reb Mendel Futerfas, A”H: Um dos maiores chassidim do Alter Rebe foi Reb Zalman Zezmir, que depois se tornou mestre e mentor espiritual de Reb Hilel de Paritsh. Reb Zalman foi quem trouxe Reb Hilel para a Chassidut Chabad.

Reb Hilel era santo desde o nascimento. Quando ainda era criança, seu pai levou-o a Reb Mordechai Chernobler para receber sua bênção. Surpreso, o pequeno Hilel perguntou ao seu pai: “Por que há um fogo queimando sobre a cabeça do ‘zeide’?”

Quando Reb Hilel amadureceu e tomou gosto pela Chassidut Chabad, não conseguiu dela tudo que queria. Foi para Lubavitch, até o Miteler Rebe, a despeito do fato de Reb Modechai Chernobler estar muito irritado por isto e tê-lo advertido de que, se o fizesse, acabaria “caído no chão miten pupik aroif ” (que significa, de rosto para cima, ou, literalmente, “com o umbigo para cima” — expressão que descreve quem morreu).

A advertência era clara e assustadora; mesmo assim, Reb Hilel permaneceu decidido. Achava ele que simplesmente não poderia — e não deveria — superar seu apreço pela Chassidut Chabad. A caminho de Lubavitch, a carruagem tombou, arremessando Reb Hilel ao chão. Lá ficou ele, de costas, cara para cima. Quando ele finalmente atingiu Lubavitch e foi à presença do Rebe, ele lhe disse o que o Chernobler lhe dissera e a respeito de suas preocupações. O Rebe sorriu e disse: “Não se preocupe; o que ele disse já se cumpriu. Você já caiu no chão de cara para cima, de forma que não tem mais de se preocupar.”

Quando Reb Hilel começou a se dedicar a avodat Hashem (serviço Divino), passou a detestar seu corpo. Achava que seu corpo o estava “estorvando”, tornando-o bruto e impedindo-o de elevar-se e apegar-se a D'us. Ele decidiu que seu corpo era fonte de todo o mal, e fez o que pôde para diminuí-lo, “quebrando-o”, de forma que o corpo não mais interferiria com sua alma Divina.

Quando Reb Zalmam Zazmir percebeu o que ele estava fazendo disse: Você está cometendo um amargo engano. O corpo físico, a despeito de sua baixeza e de sua materialidade, é o veículo por meio do qual alguém pode se elevar e apegar-se a Hashem. Isto se faz aperfeiçoando nosso corpo, não o quebrando.

O corpo nada mais é senão um filtro através do qual se pode ver a Divindade. Assim como um pedaço de vidro enegrecido é necessário para podermos olhar para o Sol — pois a luz solar é poderosa demais para que se possa olhá-la diretamente, a olho nu — assim também com o corpo físico. Por meio de nosso trabalho com nosso corpo e por meio de sua purificação e de seu reparo (e não rebaixando-o, afligindo-o) pode-se chegar a um verdadeiro serviço Divino, e podemos mesmo chegar ao aspecto de “ver” Divindade.

O Baal Shem Tov explicou este conceito com o versículo:
Quando você vê
— quando você contempla e “vê” que...
o “chamor
(literalmente, asno, mas aqui referindo-se à) “fisicalidade” — chumriut — do corpo...
de seu inimigo — quem odeia a alma que anseia pela Divindade e pela espiritualidade, e você cogita de derrubá-la — saiba que este não é o caminho da Torá; antes...
ajuda-o
— você precisa refinar o seu corpo, repará-lo, e não humilhá-lo com jejuns e aflições.

Prosseguiu Reb Zalmam: assim como o Sol pode ser visto numa simples gota de água, mesmo que seja uma gotinha, assim, também, através do “vidro” do corpo toda a Divindade pode ser vista.

Daí em diante, Reb Hilel parou de desprezar seu corpo. Chegou a apreciar a vantagem do corpo quando ele é refinado, e trabalhou para alcançar isto.

***

Reb Hilel dizia: Reb Zalmam ensinou-me a não detestar o corpo físico, mas Reb Zalmam odiava apaixonadamente “Amalek”. Quando ele ouvia Parashat Zachor, ele se enchia de uma tão furiosa raiva contra Amalek que se podia ver isso em seu rosto; sua face se ruborizava de cólera.

Já vi muitas pessoas que odeiam o mal, dizia Reb Hilel, e já vi Chassidim que odeiam Amalek e querem eliminá-lo, mas um ódio arraigado contra Amalek como vi em Reb Zalmam, nunca mais vi em ninguém.

Na verdade, Reb Zalmam acabou se aproximando do Alter Rebe pelo ódio a Amalek.

O famoso Chassid Reb Binyamim Kletzker era um dos Chassidim do Alter Rebe. [Ele é bem conhecido por sua história sobre o “resultado final”. Ele era dono de uma grande firma de móveis usados e quando ele fazia suas contas, o “resultado final” era “ein od milvado” — tirando D'us, nada existe.]

Ele era capaz de contemplar a grandeza e a unidade de D'us, mesmo em meio ao tumulto de sua firma. Quando lhe perguntavam: “Como pode você ter pensamentos tão profundos em meio ao tumulto do mundo dos negócios?”, ele respondia, surpreso: “Se não é inteiramente impossível, em meio ao ‘echad’ (de Keriat Shemá, isto é, o momento de contemplar a unicidade de Hashem) para alguém ter um pensamento sobre seu negócio de móveis usados, por que é que se pode considerar impossível que alguém possa pensar em ‘echad’ enquanto dirige sua firma?”

Uma vez, Reb Binyamim passou Shabat Parashat Zachor na cidade em que Reb Zalman Zezmir vivia. Reb Zalman, à época, era um lamdan e um gaon (um erudito e gênio), mas distante de Chassidut. Não havia shul Chabad na cidade, de forma que Reb Binyamin fazia suas orações no shul dos Mitnagdim (os quais se opunham a Chassidut). Naquele Shabat seu davening levou muito tempo, como usualmente acontecia, mas ele parou para ouvir keriat haTorá.

Quando foi lida a Parashat Zachor, o rosto de Reb Binyamin ruborizou-se. Ele se viu inundado por uma poderosa antipatia contra Amalek e, apaixonadamente, bem que desejaria erradicá-los. Reb Zalmam podia ver que Reb Binyamin verdadeiramente desprezara Amalek e queria se livrar deles, e isto grandemente o impressionou.

Num dado momento Reb Binyamin percebeu que os olhos de Reb Zalmam estavam fixos nele, e perguntou o que ele queria.

“Que é que os amalekitas fazem contra você, mais do que a qualquer outro judeu, a ponto de você odiá-los tão intensamente? Donde vem isto?”

Em vez de responder-lhe diretamente, Reb Binyamin disse: “Vá até Liozna, até o Alter Rebe”.

Reb Zalmam foi a Liozna e tornou-se um dos maiores alunos e Chassidim do Alter Rebe. Aprendeu a servir Hashem à maneira da Chassidut Chabad e aprendeu como apagar “Amalek”. Em Parashat Zachor podia-se ver como seu rancor contra Amalek penetrou em seu ser, a ponto de seu aluno Reb Hilel comentar: “Jamais vi rancor como este”.

Amalek vem a cada um de nós quando chegamos a “Refidim”, como Rashi explica, “quando suas mãos estão fracas de palavras da Torá”.

À medida que mergulhamos na Torá, a Torá do Rebe MH”M, particularmente o Dvar Malchut de 5751-5752, então nada temos a recear de “Amalek”. A Torá do Rebe se infiltra no ser inteiro de um judeu e o guia na direção de Matan Torá e a saudar Mashiach sem levar em consideração nada mais nem ninguém.

É só quando “suas mãos estão fracas de palavras da Torá”, que Amalek tem probabilidade de vir. Isto é, especificamente as “mãos” e não a “cabeça”. Porque a cabeça pode muito bem continuar a estudar e a compreender e a se aprofundar, e mesmo vir a divulgar novas introvisões sobre a Torá, e mesmo material sobre os tópicos de Mashiach e Redenção. Mas quando estas coisas são ditas meramente com a “cabeça”, no nível elevado de aprendizagem e pilpul, quando não são “trazidas para baixo” ao baixo nível do corpo, das “mãos” e coração (o qual é “físico assim como os demais membros do corpo, que são os instrumentos de ação, exceto que é interno e [dá] vida a eles” — Tanya 16), quando o que se aprende não desce ao nível da vida cotidiana de forma tal que é permeado por “viver com Mashiach” e se torna o eixo em torno do qual tudo gira — quando isto acontece, quando as “mãos” estão fracas, então verdadeiramente Amalek tem probabilidade de vir.

Amalek também “conheceu seu Mestre”, ele estuda Nigle e Chassidut e chega mesmo a contemplar a Divindade, e reza demoradamente. Ele também se refere à “sétima geração” e, com excitação envolve-se nos “maamarim e sichot de Nassi Doreinu”. No entanto, ele vem a fazer uma separação entre Torá e o coração e as “mãos”. Diz ele que nem tudo que é bom e verdadeiro num nível teórico, é bom e verdadeiro num nível prático, neste mundo físico.

“Amalek” partilha a mesma raiz etimológica que “umalak et rosho” (e ele arranca sua [dos pássaros] cabeça). Amalek tenta “arrancar” a cabeça do corpo, para separar a emuná interior de um judeu e sua conduta na vida cotidiana, particularmente quando ele sai para tratar com outras pessoas.

Ele faz uso de todas as palavras sagradas e fidedignas que aprendeu, começando com “kelim de’tikun”, “ofen ha’mitkabel”, e incluindo “ahavat Israel”, “união entre os Chassidim”, e “bekoach ha’Torá”. Ele quer instilar dúvida (“Amalek sendo o equivalente numérico de “safek”, dúvida) e esfriar o entusiasmo de um judeu para impedi-lo de saudar Mashiach.

Amalek sabe com quem deve se entender. Ele sabe que há aqueles que estão “dentro da nuvem”, aqueles que estão rodeados e protegidos pelas “nuvens de glória” (o Dvar Malchut), e que não será capaz de influenciá-los mesmo com todas as “provas” daquele “que conhece o seu Mestre”.

Mas há aqueles a quem a nuvem expeliu, “os fracos que te seguem”, aqueles que estão “cansados e exaustos”, cansados do Exílio, cansados dos projetos de trazer Mashiach após os sete ou oito anos decorridos desde bessurat ha’Gueulá.

Aqueles na situação de “e não temeram a D'us” vêem-se confrontados com Amalek, que tenta sabotar sua emuná e seu conhecimento absoluto de que estamos nos movimentando para a frente na busca da revelação do Rebe MH’’M com a Redenção final.

 No versículo “Ki yad al Keis ka”, Rashi diz: “Hashem jura que Seu Nome permanece incompleto e que Seu trono permanece incompleto até que a semente de Amalek seja destruída”.

Amalek tenta separar e “arrancar” o Yud do Hei do Nome de Hashem; ele tenta separar chochmá de biná, e o Vav e o Hei do Nome de Hashem, que se acrescenta a Yud Alef (11), as primeiras letras de “Yechi Adoneinu”. Em outras palavras, ele tenta nos deixar com “teorias” e tenta não nos permitir que passemos à ação.

Mesmo o trono de Hashem e o trono de Melech HaMashiach permanecem incompletos até que Amalek seja destruído, pois Amalek quer “encobrir” (da mesma raiz de “trono”) o trono real de Mashiach, deixando-o como professor, e não como um rei.

Nas batalhas iniciais fomos instruídos a não combatermos na linha de frente. Disseram-nos que “Hashem combaterá por vocês e vocês fiquem quietos”. Sabíamos que nossa força não provém de nossos esforços na guerra, mas de seguirmos Hashem e Moshé. Não demos atenção àqueles em torno de nós que exigiam uma reação “normal”, pois sabíamos que nossa tarefa era disseminarmos luz e calor. Caso houvesse necessidade de uma guerra, Hashem combateria por nós. De todo o coração seguimos Moshé e não nos preocupamos quanto a nossa abordagem ter — ou não — a aprovação dos outros.

Mas, subitamente, tudo mudou. A esta altura, temos de pegar em armas e combater mesmo. A esta altura, o inimigo não nos ameaça por trás ou lateralmente: ele está de pé no meio da estrada. Ele nos impede de nos movimentarmos para a frente para Matan Torá. Ele nos obsta seguirmos as orientações de Moshé; por conseguinte, não podemos levar nada em conta, sequer o fato de que jamais foi esta nossa abordagem anteriormente e não estamos habituados a combater e nem sabemos como lutar.

A esta altura dos acontecimentos, não há escolha. Se quisermos seguir Moshé, precisamos combater o inimigo de pé, no meio do caminho, inimigo que nos perturba e que tenta nos deter.

 ***

Em tal momento crítico, durante uma guerra com um inimigo tão perigoso, inimigo que só poderá ser subjugado por “homens entre nós escolhidos”, “os homens de Moshé”, que são totalmente dedicados a Moshé, o “primeiro redentor e o redentor final”, parece como se Moshé não estivesse conosco.

Ele “subiu a colina” junto com Aharon e Chur. Ele parece ter deixado a luta lá embaixo, com os “homens de Moshé”, que parecem estar sozinhos.

Mas a verdade é que esta guerra só pode ser ganha com a força de Moshé Rabeinu. Ele está dirigindo essa guerra. Quando suas mãos se erguem ou se abaixam isto afeta a batalha. Apenas os “homens de Moshé” podem se haver com Amalek e ganhar a guerra.

Ainda que isto seja verdade — para o observador ou mesmo para a pessoa realmente envolvida no combate — parece como se Moshé tivesse galgado a colina e houvesse deixado sozinhos os seus soldados, expostos ao ataque de Amalek. Para derrotar Amalek, mesmo Moshé “ergue suas mãos acima de sua cabeça”, o que se refere ao fortalecimento na simples fé, que está acima do intelecto.

O intelecto, por si só, não tem capacidade para derrotar Amalek. Isto é verdade até em relação ao intelecto de Moshé. É apenas quando temos uma incalculável simples fé que podemos ser vitoriosos.

“Os homens de Moshé” sabiam muito bem que é Moshé Rabeinu quem dirige esta guerra e que ele está conosco em qualquer passo que dermos no caminho. Quando sabemos que o Rebe pega a cada um de nós pela mão, e quando nos arremetemos na guerra, completamente dedicados a Moshé Rabeinu, e quando estudamos sua Torá com a consciência de que o Rebe está proferindo estas sichot para nós agora; e quando propagamos bessurat ha’Gueulá; vivemos com o conhecimento definido de que o Rebe está conosco e com a simchá de que Mashiach está chegando brevemente (e que nos conduzirá com verdadeiro ahavat Israel contra aqueles que não pensam como nós, enquanto tentamos influenciá-los para que se tornem “homens de Moshé”), enquanto simultaneamente gritamos “ad matai?”, por quanto tempo esta situação anormal continuará? — mereceremos a Redenção completa e final.

Yechi Adoneinu Moreinu VeRabeinu Mélech HaMashiach Leolam Vaed.

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